Amamentação é importante tanto para o bebê quanto para a mãe
Agosto é o Mês do Aleitamento Materno no Brasil e, do dia 1º ao dia 7, também acontece a Semana Mundial da Amamentação. Segundo a Unicef, o leite materno promove um crescimento e desenvolvimento melhores, protege de doenças e reduz a mortalidade dos recém-nascidos quando o aleitamento materno é feito logo após o parto. Além disso, a amamentação fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê.
Para falar sobre a importância da amamentação e tirar dúvidas a respeito, o Grupo Leforte convidou a Dra. Mágeda Mohamad Tayfour, que é médica pediátrica e coordenadora da unidade pediátrica (incluindo berçário e as UTIs infantil e neonatal) do Hospital Christóvão da Gama, do Grupo Leforte.
Quais são os benefícios da amamentação?
Além de fortalecer a ligação afetiva entre a mãe e o filho, promover um melhor crescimento e desenvolvimento e até reduzir o risco de mortalidade do bebê quando é feita logo após o parto, a amamentação proporciona vários outros benefícios para a criança e para a mãe, explica a Dra. Mágeda.
“Ela reduz chances de alergias pro bebê e o risco de síndrome plurimetabólica na vida adulta”, que é um conjunto de anormalidades metabólicas que aumenta as chances de a pessoa ter doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, entre outros problemas de saúde. A amamentação – diz a médica – “também ajuda a mãe a retornar ao peso de antes da gestação e reduz o risco de câncer de mama”.
Até que idade o bebê deve receber aleitamento materno?
A Dra. Mágeda diz que é recomendado a alimentação ser feita exclusivamente com o leite materno até o bebê completar seis meses. Depois disso, “mantemos o aleitamento e iniciamos a introdução de frutas, legumes e proteínas”.
Inclusive, o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, do Ministério da Saúde, ressalta que, nos seis primeiros meses de vida, além de não ser necessário dar qualquer outro tipo de alimento – seja fruta, verdura, papinha ou mingau -, também não é preciso oferecer líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros leites. Mesmo em regiões secas e quentes, pois o leite materno tem toda a água necessária.
Embora a maioria das mulheres consiga produzir leite em quantidade suficiente para alimentar o bebê, isso pode não acontecer. Então, é importante que ela procure profissionais de saúde para ser avaliada e receber orientação. A Dra. Mágeda diz que, nesses casos, pode ser necessário “oferecer fórmulas lácteas como complemento”.
Existe uma posição correta para amamentação?
A amamentação pode ser feita em várias posições, seja com a mãe sentada, recostada ou deitada. Segundo a Dra. Mágeda, “não existe uma posição correta, ela deve ser confortável para ambos”. Mas, seja qual for a posição, a médica diz que é importante a mãe “usar soutiens que ofereçam boa sustentação para as mamas”.
Entretanto, a mãe deve ter cuidado com a “pega”, que é o encaixe da boca da criança no peito para mamar. Quando isso acontece da forma adequada, ajuda a criança a sugar o leite com eficiência e não machucar a mãe. O recomendado é apoiar a mama com a mão em forma de “C” para colocá-la na boca da criança, tomando os seguintes cuidados:
- Tire qualquer obstáculo entre a boca do bebê e a parte da mama que ele precisa abocanhar, que é o mamilo e parte da aréola;
- Procure posicionar o rosto da criança próximo e de frente para a mama, com o nariz na frente do bico do peito;
- Coloque o bebê no peito para sugar quando ela estiver com a boca bem aberta.
Como deve ser a alimentação da mãe durante o período de amamentação?
A Dra. Mágeda explica que, “assim como na gestação, a mulher deve ingerir muita água e manter uma alimentação balanceada. Não existem alimentos proibidos”. Mas, a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada são os alimentos in natura ou minimamente processados, segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.
De qualquer forma, não há comprovação de que alguma comida ou bebida aumente ou diminua a produção de leite materno, assim como que possa causar cólicas no bebê. Mas, como a mulher costuma sentir mais sede durante o período da amamentação, é importante beber água regularmente e com frequência.
Quando a amamentação é contraindicada e quais são as maiores dificuldades no aleitamento materno?
“Mães com HIV positivo (vírus da imunodeficiência adquirida) não podem amamentar, orienta a Dra. Mágeda. Já “as maiores dificuldades para o aleitamento materno são fissuras, mastite e abscesso mamário, que podem ser prevenidos com oferta correta, atentando-se para o posicionamento adequado, e ofertar em livre demanda, o que significa não estipular horários”, finaliza a médica.
O aleitamento materno é um direito da mãe e do bebê
Todas as mães têm o direito de amamentar no peito, seja no trabalho, em casa e até quando estão presas. O Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 9º, diz que é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno.
A Dra. Mágeda Mohamad Tayfour atua como pediatra na Clínica Affetto e é coordenadora da unidade pediátrica (incluindo berçário e as UTIs infantil e neonatal) do Hospital Christóvão da Gama, do Grupo Leforte.
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