Como deve ser o tratamento da obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, que pode ser causada por vários fatores e ter comorbidades, ou seja, duas ou mais doenças relacionadas a ela. Segundo o Dr. Ronaldo Barbosa de Oliveira, coordenador do serviço cirurgia bariátrica e metabólica do Hospital e Maternidade Christovão da Gama (HMCG), da rede Dasa, as principais comorbidades da obesidade são hipertensão arterial sistêmica, diabetes, artropatias, pneumopatias e dislipidemias. Por tudo isso, o tratamento deve envolver profissionais de diferentes áreas, como médicos de várias especialidades, nutricionista, psicólogo e preparador físico, que atuam em conjunto para alcançar um resultado efetivo e duradouro.
Cirurgia para o tratamento da obesidade
A cirurgia bariátrica é um tratamento indicado para pessoas que tem obesidade grave e não tiveram resultados ou não conseguiram manter a redução de peso com outros tipos de tratamento. No HMCG, a preparação para o tratamento cirúrgico, explica o Dr. Ronaldo “é realizada com equipe multiprofissional (nutricionista, psicóloga, cirurgião, endocrinologista e cardiologista). Sendo que as técnicas cirurgias obedecem a todas as recomendações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica”.
A cirurgia bariátrica pode ajudar algumas pessoas a perder 35% do peso ou mais. Mas é importante saber que ela não é uma cura para a obesidade. Para que o tratamento cirúrgico seja bem-sucedido e a pessoa não volte a ganhar peso depois de algum tempo, ela precisa ter uma alimentação adequada, fazer exercícios regularmente e continuar com o acompanhamento médico e psicológico.
Veja os pré-requisitos para fazer cirurgia bariátrica:
Idade – ter de 18 a 65 anos. Mas também podem ser operadas pessoas a partir dos 16 anos que tenham o consentimento dos pais e da equipe de atendimento. Já as pessoas acima de 65 anos precisam ter outras doenças associadas à obesidade para serem elegíveis.
Índice de massa corporal e comorbidades – o IMC precisa ser de 35 kg/m2 até 39,9 kg/m2 e existir uma ou mais doenças graves associadas que possam melhorar com a cirurgia. Já quem tem IMC de 40 kg/m2 ou superior pode fazer a cirurgia bariátrica sem ter alguma doença associada à obesidade.
Histórico médico – precisa existir comprovação de que a pessoa não conseguiu perder peso ou não conseguiu manter a perda mesmo tendo tratamento regular durante dois anos pelo menos, que deve incluir: acompanhamento médico, dieta, exercícios físicos, psicoterapia e medicamentos.
Mudança de alimentação para o tratamento da obesidade
De modo geral, uma pessoa perde peso quando gasta mais energia do que as calorias que ingere ao longo do dia. Mas, para que os resultados sejam efetivos e permanentes, as escolhas saudáveis na alimentação devem ser mantidas para o resto da vida. Isso significa que dietas muito restritivas e radicais não devem ser opção para o controle da obesidade, além de oferecerem risco à saúde. As mudanças de hábitos na alimentação podem incluir:
Reeducação alimentar – com dieta balanceada, que inclua todos os nutrientes necessários e grupos de alimentos. É indicado evitar bebidas e alimentos ricos em açúcares e gorduras, como os ultraprocessados, carnes gordas, frituras, entre outros.
Déficit calórico – para iniciar a perda de peso, pode ser necessário ingerir menos calorias que o costume. Apenas um profissional médico ou nutricionista pode avaliar qual o déficit necessário e como será feito.
Acompanhamento individualizado – ter um cardápio personalizado, que leva em conta os gostos, rotina alimentar e preferência de cada pessoa, aumenta as chances de adesão à reeducação alimentar.
Medicamentos para o tratamento da obesidade
O tratamento com medicamentos só pode ser prescrito pelo médico e a pessoa precisa apresentar as seguintes condições para ser uma candidata a ele: ter IMC maior ou igual a 27 e alguma comorbidade; ou IMC maior que 30, mesmo que não tenha alguma doença associada à obesidade.
O tratamento da obesidade com medicamentos ajuda a pessoa a manter uma alimentação equilibrada, mas não exclui a necessidade de manter uma dieta adequada e a praticar exercícios físicos de forma regular. Tudo isso precisa estar associado para que os medicamentos tenham um melhor resultado.
Exercícios físicos para o tratamento da obesidade
Assim como as escolhas saudáveis na alimentação, a prática de exercícios físicos deve ser encarada como um hábito de vida para que os resultados sejam permanentes. A maioria das pessoas que conseguem manter a perda de peso por mais de um ano faz exercícios físicos regularmente. Além de ajudar na perda de peso, os exercícios físicos trazem outros benefícios:
Manutenção da massa muscular – ajuda no ganho e previne a perda de massa magra em pessoas que tiveram grande redução de peso. Também ajuda na redução de gordura corporal e abdominal, que oferece mais riscos à saúde.
Prevenção de doenças – como hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares, já que a prática de exercícios ajuda na redução do colesterol LDL (ruim) e no aumento do colesterol HDL (bom).
Melhora do bem-estar geral – os exercícios físicos podem ajudar a reduzir o estresse, a melhorar a qualidade do sono e promover sensação de bem-estar.
Apoio psicológico e emocional para o tratamento da obesidade
O apoio emocional, como a psicoterapia, é fundamental para ajudar a pessoa em tratamento da obesidade a manter a motivação, adaptar hábitos e lidar com dificuldades que podem surgir durante o percurso. É importante que a psicoterapia seja feita à longo prazo para que tenha resultados efetivos e duradouros. Alguns benefícios da psicoterapia para a pessoa em tratamento da obesidade são:
- Ajuda a perceber gatilhos relacionados à obesidade e à alimentação;
- Estimula a pessoa a identificar pensamentos distorcidos e mudar crenças sobre o próprio corpo e hábitos;
- Oferece suporte para lidar com as várias fases do tratamento.
O Centro de Tratamento de Obesidade do HMCG e a parceria com o Instituto de Medicina Sallet
A pessoa com excesso de peso ou obesidade pode procurar diretamente o Centro de Tratamento de Obesidade do Hospital Maternidade Christóvão da Gama, que opera em parceria com o Instituto de Medicina Sallet, dirigido pelo Dr. José Afonso Sallet, para uma avaliação de perfil e direcionamento para o protocolo mais adequado. Mas, “também pode ser encaminhada por médicos de diferentes áreas, como endocrinologista, cardiologista, ortopedia e nutrologia”, diz o Dr. Ronaldo. De forma integrada, o paciente conta com o apoio multiprofissional em várias especialidades – cirurgião bariátrico, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, psiquiatra e preparador físico.
Marina Barretela, responsável pelo marketing do Instituto Sallet, afirma que o maior diferencial do Centro de Tratamento de Obesidade é que “o paciente é assistido por todos os profissionais essenciais em todas as fases do tratamento – pré, peri e pós-operatório”.
A parceria entre as unidades de saúde reforça ainda mais a qualidade já oferecida na assistência em especialidades relacionadas a doenças metabólicas e no tratamento de cirurgia bariátrica. “O Instituto de Medicina Sallet é um centro de referência no tratamento da obesidade, em cirurgia bariátrica e metabólica. O HMCG apresenta extrema qualidade dos serviços prestados, o que justifica seu certificado ONA 2, concedido aos que apresentam padrões de qualidade e segurança em saúde”, afirma.

Dr. Ronaldo Barbosa de Oliveira possui mais de 21 anos de experiência em cirurgia bariátrica e metabólica. É membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), da Sociedade Internacional de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (IFSO) e da Sociedade Brasileira de Laparoscopia e Cirurgia Robótica (SOBRACIL). Possui mestrado em ciências da saúde (cirurgia do aparelho digestivo) pela Faculdade de Medicina do ABC. É coordenador da cirurgia bariátrica e metabólica da disciplina de cirurgia do aparelho digestivo da Faculdade de Medicina do ABC. Possui certificado em cirurgia robótica – Intuitive.