Dia Internacional de Combate à Meningite: os pais precisam estar atentos à vacinação, mesmo durante a pandemia de Covid-19

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, que é a forma mais comum e menos grave, com menor chance de complicação. Mas também ocorre a partir da infecção por bactérias, com gravidade variada, ou, de forma mais rara, por fungos e parasitas.

Independente da fonte causadora, a doença se manifesta por meio de febre, dor de cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, irritabilidade, sonolência, letargia (falta de energia), confusão mental e fotofobia (aumento da sensibilidade à luz). No caso de recém-nascidos e bebês, os sintomas podem ser menos específicos: irritabilidade, choro fácil, vômitos, falta de apetite e diminuição da atividade (bebê muito quieto). Outro sinal muito importante nessa faixa etária é o abaulamento da fontanela, ou seja, a moleira fica elevada.

Alguns exames feitos pelo médico, ao desconfiar do diagnóstico, podem ajudar a identificar a doença, como, por exemplo, um hemograma ou o exame físico do paciente. Mas o diagnóstico definitivo é feito através do exame de líquor, que é o líquido da coluna, colhido com uma agulha introduzida na coluna lombar. Essa amostra é analisada em laboratório e, então, é possível fazer o diagnóstico da doença e também identificar o agente causador.

O tratamento varia conforme o tipo de meningite. Por ser uma doença grave, há a indicação de internação para tratamento dos sintomas, do agente causador e para acompanhamento, com o objetivo de evitar complicações. A forma viral é de tratamento mais fácil, com foco nos sintomas, pois não há um medicamento específico, com exceção de casos raros. Nas demais – bacterianas, fúngicas e parasitárias – são utilizados fármacos apropriados para cada tipo.

“A meningite é um quadro potencialmente grave que pode deixar sequelas sérias, como surdez, crises convulsivas, danos cerebrais, amputação de membros, dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais e alterações motoras, como a paralisia, por exemplo). Em alguns casos, pode causar a morte”, afirma a Dra. Priscila Cabral Passarelli, neuropediatra do Hospital e Maternidade Christóvão da Gama.

 

Covid-19 prejudicou vacinação e busca por atendimento

De acordo com a Dra. Priscila, a ampliação do calendário de vacinação nas últimas décadas no Brasil fez com que a ocorrência da meningite diminuísse de maneira sensível. No entanto, durante a pandemia de Covid-19, de acordo com uma pesquisa da GSK, realizada pelo Ipsos, em oito países, incluindo o Brasil, 50% dos pais deixaram de imunizar os seus filhos com a vacina meningocócica (veja quadro abaixo). Entre eles, 63% alegaram que as ações restritivas da pandemia levaram a adiar o procedimento, enquanto 33% relataram ter receio de contrair o novo Coronavírus.

Outro quadro preocupante é o medo de se dirigir a hospitais e prontos-socorros, que fez com que muitos pais acabassem ficando com suas crianças em casa, mesmo diante de sintomas que podem indicar a ocorrência de meningite. O atraso no diagnóstico compromete o diagnóstico e o tratamento, aumentando consideravelmente o risco de complicação do quadro.

“É muito importante que os pais estejam atentos ao cartão vacinal das crianças e procurem atualizá-lo o quanto antes”, destaca Dra. Priscila. “Em caso de sintomas que possam ser decorrentes de meningite, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.”

Confira quais são as vacinas disponíveis contra a meningite:

Dra. Priscila Cabral Passarelli é neuropediatra e atende na Clínica e Diagnósticos Christóvão da Gama, às segundas e quintas-feiras no período da manhã. Agendamento: (11) 4993-3773

Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.
Testemunhos

Gostaríamos de agradecer ao Dr Pierry Louys Batista, em nome de todos os pediatras, toda equipe assistencial, de atendimento, segurança, higiene e do laboratório Delboni, pois percebemos que houve a verdadeira hospitalidade que todos falam, mas poucos exercem: a de fora dos livros.

Gustavo Ambrósio Tenório

Equipe de enfermagem muito bem preparada, atenta e disponível para qualquer chamado. Muito educada e cordial também, por exemplo, sempre ao entrar no quarto os enfermeiros avisavam meu pai que a luz seria acesa, não acendendo diretamente na “cara” da pessoa, que estava despreparada.

Antônio Rafael de Carvalho