Pandemia de Covid-19 exige mais atenção aos casos de apneia
Qualidade do sono ruim, sonolência durante o dia, desatenção, dificuldade de raciocínio. Essas são algumas das consequências notadas em quem sofre com a apneia do sono. O problema é caracterizado por um bloqueio momentâneo das vias aéreas superiores que impede a respiração, por poucos segundos, durante o sono.
“Normalmente, o problema é identificado pelo parceiro, pela própria pessoa, quando acorda bruscamente, ou quando é encaminhada pelo médico para um exame denominado polissonografia, que é capaz de oferecer um diagnóstico mais preciso”, afirma o Dr. Rogério Krakauer, coordenador da área de Cardiologia do Hospital e Maternidade Christóvão da Gama.
A apneia pode ser de dois tipos: central, com origem em casos como, por exemplo, a insuficiência cardíaca, ou obstrutiva (muito mais frequente), causada pela interrupção momentânea da respiração. Pode variar de níveis que vão de um a quatro, este último mais grave, quando o paciente tem mais de 30 episódios por hora durante o sono.
O problema atinge mais homens do que mulheres e não oferece risco de morte, pois a reação do próprio corpo faz com que a obstrução cesse. No entanto, a repetição da ocorrência pode provocar complicações no longo prazo, especialmente cardiovasculares. Isso acontece porque, a cada episódio, além da queda da saturação de oxigênio no sangue, há uma descarga de adrenalina no sangue como forma de defesa, o que, por sua vez, pode gerar arritmia e aumento da pressão sanguínea.
Em pacientes obesos ou com histórico familiar de hipertensão, por exemplo, essa relação aumenta o impacto dos fatores de risco na saúde.
“Por conta da pandemia de Covid-19, a atenção com o problema deve ser redobrada”, afirma o Dr. Krakauer. “Isoladamente, a apneia já resulta em um processo inflamatório. Isso torna o organismo mais propício a casos de eventos pulmonares e cardiovasculares crônicos, que podem ser agravados pelo processo inflamatório adicional provocado pelo coronavírus.”
Além disso, lembra o especialista, o momento de isolamento e de preocupação durante a pandemia vem aumentando os casos de depressão e de ansiedade, que também aumentam a descarga de adrenalina no organismo. Distúrbios do sono, nesse contexto, intensificam riscos em pacientes que possuem situação de saúde já comprometida, como problemas cardiovasculares, pressão e colesterol altos, diabetes, entre outros.
“O mais importante nesses casos é a atenção ao perfil do paciente que já possui problemas de saúde. A apneia – ou sua ocorrência juntamente com a Covid-19 – só intensifica e agrava o quadro pré-existente”, conclui.
Dr. Rogério Krakauer é coordenador da área de Cardiologia da unidade Christóvão da Gama, em Santo André, e atende na Clínica e Diagnósticos Christóvão da Gama às terças, quintas e sextas-feiras, no período da tarde. Agendamento: online, APP Grupo Leforte ou pelo telefone (11) 4993-3773.
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