Lesões na uretra: quais as causas e por que devem ser tratadas o quanto antes?

As lesões na uretra podem acometer qualquer pessoa e possuem causas diversas – desde traumas, como acidentes, a infecções, sequelas cirúrgicas, entre outras. Apesar de não serem muito incidentes na população, esses tipos de lesão prejudicam a qualidade de vida do paciente e podem gerar consequências graves se não tratadas. O Dr. Wagner Aparecido França, médico urologista da unidade Leforte Morumbi, conversou com o Grupo Leforte para tirar as dúvidas sobre o tema.

 

LESÕES NA URETRA – quais os tipos mais comuns e por que acontecem?

As lesões na uretra acometem principalmente homens, sendo mais raras em mulheres. De acordo com o Dr. Wagner, entre a população masculina, “o tipo mais comum de lesão é a estenose (estreitamento) de uretra, que ocorre principalmente devido a infecções sexualmente transmissíveis, que se instalam na parede da uretra e, de forma mais rara, por câncer de uretra”.

Outras causas de lesões na uretra em homens, que também podem causar a estenose, são:

  • Fraturas na bacia em decorrência de acidentes, por exemplo;
  • Fratura no pênis;
  • Sequela de cirurgias uretrais prévias e/ou trauma durante passagem de sondas.

 

O Dr. explica que “em mulheres, as causas mais comuns de lesões na uretra são benignas, do tipo carúncula uretral e divertículo de uretra”.

A carúncula uretral acontece quando há uma projeção da mucosa para fora da uretra, podendo causar sangramento ou obstrução. Já o divertículo da uretra é uma dilatação anormal em direção à vagina, como se fosse uma hérnia, o que pode gerar ardência ao urinar, gotejamento e infecções urinárias de repetição.

 

LESÕES NA URETRA – quais sinais e sintomas podem ser percebidos pelo paciente?

Segundo o Dr. Wagner França, de modo geral, os sinais e sintomas mais comuns que podem indicar lesões na uretra são: “esforço para urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, jato fraco de urina, ardência para urinar e até sangramento uretral. É comum em pacientes acometidos o desenvolvimento de infecção urinária de repetição”.

Manifestar um ou mais desses sinais e sintomas não indica, necessariamente, a presença de uma lesão uretral, mas é essencial a avaliação do médico urologista para identificar o problema de saúde.

 

LESÕES NA URETRA – caso a pessoa não procure ajuda médica, quais complicações as lesões podem causar?

“Caso o paciente não procure o atendimento médico poderá desenvolver a longo prazo insuficiência renal”, afirma o médico. Outras complicações que podem surgir são incontinência urinária, disfunção erétil e estenose uretral permanente.

 

LESÕES NA URETRA – como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de lesões na uretra é pode ser feito por meio de exames físicos, de imagem e endoscópicos, conforme explica o Dr. Wagner França: “realizamos um exame físico e a uretrocistografia miccional e retrógrada, que é um exame de radiografia com colocação de contraste na uretra. A ressonância nuclear magnética, ultrassonografia e uretrocistoscopia – que é um exame endoscópico do interior da uretra e da bexiga – podem apoiar o diagnóstico”.

 

LESÕES NA URETRA – quais os tratamentos disponíveis? Em questão de avanços na recuperação do paciente, qual o mais adequado?

O tipo de tratamento depende da gravidade e extensão da lesão uretral. Os mais comuns são:

Uretrotomia interna – “são medidas menos invasivas, porém nem sempre efetivas, para o tratamento de lesões de estreitamento da uretra (estenose). O procedimento consiste em inserir uma aparelhagem na uretra para dilatá-la, aliviando a dificuldade urinária”, explica o Dr. França.

Uretroplastia – “é uma medida com maior taxa de sucesso para tratar a estenose uretral. Também chamada de plástica da uretra doente, a uretroplastia é uma cirurgia que engloba diversas técnicas, que dependem da área acometida, condição do paciente, entre outros fatores”, afirma.

Cateterismo uretral – em lesões de menor gravidade, que não precisam de reparo cirúrgico (ou situações em que a cirurgia será adiada), um cateter é inserido pela uretra até o interior da bexiga durante vários dias para drenar a urina, enquanto a uretra se cura espontaneamente.

Outras cirurgias de reparo de lacerações da uretra podem ser necessárias em casos de lesões traumáticas e fraturas penianas graves.

 

LESÕES NA URETRA – como é a recuperação do paciente depois do tratamento? Quais cuidados ele deve ter no dia a dia?

“A recuperação dos pacientes tratados devido a lesões uretrais costuma ser muito boa, pois as técnicas cirúrgicas evoluíram muito nos últimos 20 anos, com taxas de sucesso altas e o mínimo de complicações. Entretanto, são cirurgias muito complexas. Quando ocorre, a principal sequela do tratamento cirúrgico de lesões de uretra é a incontinência urinária, mas existem dispositivos próprios para controlar este sintoma, fazendo com que o paciente não perca qualidade de vida”, conclui o médico.

Dr. Wagner França

Dr. Wagner França é urologista da unidade Leforte Morumbi. É doutor em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenador do Departamento de Uroneurologia da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo e coordenador do Departamento de Disfunção Miccional e Cirurgia Reconstrutiva Uretral do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). Atende às quintas-feiras, na Clínica e Diagnósticos Leforte Morumbi.

Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.
Testemunhos

Gostaríamos de agradecer ao Dr Pierry Louys Batista, em nome de todos os pediatras, toda equipe assistencial, de atendimento, segurança, higiene e do laboratório Delboni, pois percebemos que houve a verdadeira hospitalidade que todos falam, mas poucos exercem: a de fora dos livros.

Gustavo Ambrósio Tenório

Equipe de enfermagem muito bem preparada, atenta e disponível para qualquer chamado. Muito educada e cordial também, por exemplo, sempre ao entrar no quarto os enfermeiros avisavam meu pai que a luz seria acesa, não acendendo diretamente na “cara” da pessoa, que estava despreparada.

Antônio Rafael de Carvalho