Adiar consultas, exames e cirurgias pode agravar problemas de saúde na quarentena

A quarentena e o isolamento social, ao lado da lavagem e higienização das mãos, são as principais armas no combate ao avanço da covid-19 e para evitar o colapso do sistema de saúde. A adaptação a essa nova realidade, no entanto, preocupa especialistas, quando leva pacientes a suspender tratamentos ou adiar exames, consultas e até mesmo cirurgias, sem orientação médica.

“Estamos percebendo que durante a quarentena, muitas pessoas estão deixando de cuidar da saúde. O acompanhamento ambulatorial de doenças crônicas, como cardiopatias, problemas renais, vasculares, respiratórios, oncológicos, entre outros, não podem ser interrompidos. Quando há um abandono ou o tratamento de certas doenças não é feito de maneira adequada, surgem complicações que podem ser muito graves, difíceis de reverter e que às vezes resultam em intervenções cirúrgicas de urgência e não planejadas”, afirma o Dr. Sergio Gama, diretor clínico do Hospital e Maternidade Christóvão da Gama (HMCG), do Grupo Leforte.

“Há um consenso de que algumas cirurgias têm que ser realizadas na urgência, como por exemplo, um cateterismo seguido de angioplastia ou uma fratura exposta. Porém, existem outros procedimentos rotulados como eletivos que, às vezes, não podem esperar. Nesses casos, orienta-se uma conversa franca entre o médico e o paciente para saber a intensidade dos sintomas, esclarecer dúvidas e decidir se o procedimento cirúrgico ocorrerá ou não durante a quarentena”, explica Gama.

Para Heron Rached, coordenador da área de Cardiologia dos Hospitais Leforte Morumbi e Liberdade, o sedentarismo e a alimentação desbalanceada durante o isolamento ainda podem levar ao agravamento ou aumento da incidência de casos de hipertensão, aterosclerose, diabetes, doenças coronarianas, entre outras.

“Aos poucos, os médicos deverão retomar a atividade em seus consultórios. Certamente isso ocorrerá dentro de um novo modelo, com atendimento mais espaçado, uso da telemedicina e outras tecnologias, garantindo, ao mesmo tempo, segurança e acolhimento aos pacientes”, completa Rached.

Fluxos separados dentro dos hospitais
Como parte do plano de contingência no combate ao novo coronavírus, as três unidades hospitalares do Grupo Leforte – Liberdade, Morumbi e HMGC, em Santo André – contam com fluxos separados, para diminuir riscos e gerando segurança ao paciente.

O mesmo protocolo é adotado nos ambulatórios/consultas, centros cirúrgicos, andares de internação e nas UTIs destinadas a pacientes que passaram por procedimentos. Todos os pacientes assintomáticos que passarão por cirurgias de urgência ou eletivas, com intubação, passam pelo teste PCR para a detecção do novo coronavírus.

Testemunhos

Gostaríamos de agradecer ao Dr Pierry Louys Batista, em nome de todos os pediatras, toda equipe assistencial, de atendimento, segurança, higiene e do laboratório Delboni, pois percebemos que houve a verdadeira hospitalidade que todos falam, mas poucos exercem: a de fora dos livros.

Gustavo Ambrósio Tenório

Equipe de enfermagem muito bem preparada, atenta e disponível para qualquer chamado. Muito educada e cordial também, por exemplo, sempre ao entrar no quarto os enfermeiros avisavam meu pai que a luz seria acesa, não acendendo diretamente na “cara” da pessoa, que estava despreparada.

Antônio Rafael de Carvalho