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75% dos casos de cegueira podem ser evitados com diagnóstico precoce e tratamento

Saiba, no site do Leforte, quais as doenças que podem causar cegueira, quando são reversíveis e em que situações procurar um oftalmologista.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 09/01/2023

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), três a cada quatro casos de cegueira poderiam ser evitados com prevenção e diagnóstico precoce. Alguns casos, como a catarata, são reversíveis e costumam manifestar sintomas. Outras doenças são silenciosas e não podem ser revertidas quando chegam ao estágio avançado, como é o caso do glaucoma. Para conscientizar e informar sobre as doenças que podem causar cegueira, o Leforte conversou com o Dr. André Pamplona, coordenador da oftalmologia do Hospital Leforte Liberdade.

Quais são as principais doenças que podem causar cegueira e qual a incidência delas no Brasil e/ou no mundo?

O Dr. André conta que as doenças mais comuns que causam cegueira no mundo são a catarata, o glaucoma e a retinopatia diabética. Saiba mais sobre cada uma delas:

Catarata – “é a opacificação de uma lente que temos dentro do olho, chamada cristalino, e normalmente isso acontece com o envelhecimento natural. Portanto, 51% das pessoas, no mundo, sofrem com catarata e podem vir a ser cegos por causa disso, apesar de ser uma cegueira reversível com a cirurgia. No Brasil, estima-se que 28,7% dos pacientes acima de 60 anos apresentam catarata, então é uma doença bem comum”, explica o médico.

Glaucoma – “é uma doença que afeta o nervo óptico, que é o nervo da visão, e atinge em torno de 1% a 2% da população mundial. No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas sofram com a doença crônica, que não possui cura, mas tem controle. Nós conseguimos evitar a progressão, que acarreta em perda do campo de visão, aos poucos, até chegar à perda de visão total. O maior problema do glaucoma é que ele é uma doença silenciosa, então geralmente quando o paciente percebe algo, a doença já está avançada. Nessa fase, o que já foi perdido da visão é irreversível”, alerta o Dr. André.

Retinopatia diabética – “afeta a retina e temos em torno de 150 mil casos novos casos, por ano, no Brasil. Esse caso se deve ao mau controle do diabetes, na maioria dos casos. O paciente que tem diabetes e está mal controlado, ou que tem a doença, mas não sabe, pode evoluir com uma retinopatia diabética. Ela é potencialmente nociva ao olho, causando a cegueira de uma maneira rápida.

Quais dessas doenças podem ser reversíveis com tratamento e como ele feito?

Das doenças citadas pelo Dr. André, a única completamente reversível é a catarata. Ele explica que “se a perda de visão do paciente é causada só pela catarata, ele opera e a visão é reestabelecida. Com o avanço da tecnologia, hoje nós conseguimos deixar o paciente independente do uso de óculos de correção, em alguns casos”. A cirurgia de catarata é um procedimento rápido e simples, em que o cristalino (lente natural do olho) é retirado e uma nova lente intraocular é implantada.

Em relação ao glaucoma, o que já foi afetado pela doença é irreversível, não se regenera. A partir daí, o objetivo do tratamento é evitar a progressão da doença. “Existe o tratamento clínico com o uso de colírios, que é o mais utilizado. O medicamento diminui a pressão intraocular e, com esse controle, reduz a progressão do problema. Em alguns casos, quando não há o controle da pressão intraocular com o colírio, nós fazemos uma cirurgia”, aponta o oftalmologista.

O caso da retinopatia diabética é semelhante ao do glaucoma, pois se o paciente já possui uma lesão por conta do diabetes mal controlado, não é possível revertê-la. No entanto, segundo o Dr. André, “existem tratamentos que ajudam a controlar os vazamentos, sangramentos e edemas causados pela doença”. Secundariamente, eles ajudam a melhorar a visão, pois retiram do olho os sangramentos que estavam atrapalhando.

Quais são os sintomas dessas doenças que podem causar cegueira?

O sintoma mais comum da catarata é o embaçamento visual, como se fosse uma névoa na visão. “Algumas pessoas podem sentir uma sombra, como uma visão duplicada, mas, basicamente é uma névoa progressiva, dependendo da evolução da catarata”, complementa o Dr. André.

O glaucoma é uma doença silenciosa na fase inicial, ou seja, não costuma provocar sinais e sintomas. Quando já está mais avançada, a pessoa percebe uma perda progressiva do campo de visão. Além disso, em algumas pessoas a doença pode causar:

  • Vermelhidão nos olhos;
  • Visão turva;
  • Sensação de pressão nos olhos;
  • Dor de cabeça.

A retinopatia diabética acontece quando as paredes dos vasos sanguíneos da retina ficam debilitadas devido à exposição aos níveis elevados de açúcar (glicose) no sangue, fazendo com que fiquem mais propensos a lesões. Isso pode provocar:

  • Derrames de sangue e de fluido retina;
  • Descolamento da retina;
  • Visão embaçada;
  • Perda total ou parcial de visão.

Existem fatores que podem aumentar o risco de desenvolver alguma doença que leve à cegueira? Como prevenir?

O médico oftalmologista conta que, a catarata é um processo natural do envelhecimento e é praticamente certo que todas as pessoas terão o problema na velhice. Mas alguns fatores facilitam que a doença apareça mais cedo, então uma forma de retardar a evolução da catarata é tentar evitá-los, na medida do possível. São eles:

  • Doenças crônicas mal controladas, como o diabetes;
  • Doenças reumáticas, como a artrite reumatoide;
  • Uso de algumas medicações, como corticoides;
  • Exposição extrema ao sol;
  • Tratamentos com radioterapia e quimioterapia.

em relação ao glaucoma, o Dr. André afirma que o histórico familiar é o fator de risco mais importante. Ele alerta: “se você tem alguém na família que já teve glaucoma, é bom passar em consulta com um oftalmologista anualmente e relatar o fato. Essa é a melhor prevenção, para que possa descobrir a doença em fase inicial e conseguir fazer o controle sem que cause danos à visão”.

“No caso da retinopatia diabética, o diabetes mal controlado é a principal causa. Quando não temos um controle da doença, ocorre uma progressão da perda de visão”, afirma o médico. Por isso, quem possui diabetes deve seguir corretamente o tratamento com o médico endocrinologista, além de visitar o oftalmologista a cada seis meses para examinar possíveis lesões nos olhos.

Qual a importância de ir periodicamente ao oftalmologista em relação às doenças que podem causar cegueira?

O Dr. André enfatiza a importância de ir periodicamente ao oftalmologista, mesmo quando não há queixas de sinais e sintomas. Dessa forma, é possível diagnosticar precocemente uma doença e, mesmo que não haja cura total, o prognóstico pode ser muito mais favorável. Em doenças reversíveis, com o diagnóstico precoce, o tratamento pode ser mais rápido e com fácil recuperação. “A própria catarata, embora reversível, não é interessante deixar que evolua porque ela pode levar a uma cegueira que dificulta a cirurgia”, explica.

Dr. André Pamplona é formado em medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e é oftalmologista pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É coordenador da oftalmologia do Hospital Leforte Liberdade desde 2001.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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