Cerca de um milhão de brasileiros são atingidos pelo glaucoma, uma doença crônica progressiva causada pelo aumento da pressão ocular, que gera danos ao nervo óptico. Se não tratada de maneira correta, ou diagnosticada muito tardiamente, a doença pode causar perda total da visão. No entanto, o glaucoma não costuma causar sintomas na fase inicial, o que acaba prejudicando o diagnóstico precoce.
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma busca conscientizar sobre a importância de descobrir a doença o quanto antes e isso só é possível com o acompanhamento médico regular. Para falar sobre esse tema, entrevistamos o Dr. João Paulo Muaccad Gama, médico oftalmologista do Grupo Leforte.
Quais os tipos de glaucoma mais incidentes e como eles se desenvolvem?
DR. JOÃO PAULO GAMA – São quatro tipos de glaucoma: glaucoma de ângulo aberto, que acontece devido à obstrução dos canais de drenagem dos olhos, elevando a pressão ocular; glaucoma de ângulo fechado, em que a pressão ocular pode subir de maneira súbita; glaucoma secundário, causado por excesso de medicamentos como corticoides e doenças como diabetes, catarata e uveíte; e o glaucoma congênito, que atinge os recém-nascidos e é uma forma mais rara da doença.
O tipo mais incidente na população é o glaucoma de ângulo aberto, que representa cerca de 80% dos casos da doença e atinge principalmente pacientes acima de 40 anos.
Em geral, como os pacientes desconfiam que algo pode estar errado e descobrem o diagnóstico do glaucoma?
DR. JOÃO PAULO GAMA – O glaucoma é uma doença assintomática nos estágios iniciais, por isso, as consultas regulares são importantes para diagnóstico precoce. Nos estágios mais avançados, o paciente vai perdendo o campo de visão periférico e começa a esbarrar em objetos e pessoas, além de aumentar a incidência de acidentes de trânsito.
Quais os grupos de pessoas que possuem mais riscos de desenvolver glaucoma? Existe alguma forma de prevenir ou postergar o desenvolvimento da doença?
DR. JOÃO PAULO GAMA – O glaucoma atinge pessoas acima de 40 anos, principalmente, mas pode acometer todas as faixas etárias, inclusive recém-nascidos. Pessoas com diabetes, pressão alta ou que usam medicamentos corticosteroides há muito tempo podem ter risco maior de desenvolver a doença.
A melhor forma de prevenção é consultar rotineiramente com o oftalmologista. Assim, é possível diagnosticar precocemente o glaucoma, se for o caso, e evitar a progressão da doença.
Quando o glaucoma pode levar à cegueira?
DR. JOÃO PAULO GAMA – O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível na população. Se ele não for tratado e acompanhado de maneira correta, levará a cegueira, inevitavelmente.
Descoberto o diagnóstico, existe cura para o glaucoma? É possível ter uma vida normal com a doença?
DR. JOÃO PAULO GAMA – Infelizmente ainda não há cura para o glaucoma. Mas é possível controlar a doença com tratamento clínico, em que buscamos diminuir a pressão ocular, ou cirúrgico, indicado para pessoas que não obtiveram os resultados esperados com colírios ou que já apresentam perda grave do campo visual. Ao fazer o diagnóstico precoce, o paciente não tem nenhuma mudança na qualidade de vida.
Quando ouvimos falar em glaucoma, pensamos em uma doença mais incidente em adultos maduros. Porém, a incidência em jovens tem aumentado. Quais as razões para o desenvolvimento do glaucoma nessa população?
DR. JOÃO PAULO GAMA – A maior incidência em jovens se dá devido aos glaucomas secundários. Dentre eles, o tipo secundário pelo uso exagerado de corticoides é um dos principais. Por isso, é essencial que o uso de medicamentos seja feito somente sob indicação médica. Também é importante que pessoas que usam esse tipo de substância por tempo prolongado façam acompanhamento com um oftalmologista.
O Dr. João Paulo Muaccad Gama é médico oftalmologista, especialista em retina clínica e cirúrgica. Atende na Clínica e Diagnósticos Leforte Alphaville, às quintas-feiras. Informações: (11) 3345-2288.
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