Na medida em que estudos sobre a Covid-19 avançam, novas informações sobre os impactos da doença no organismo têm mostrado o quanto a doença ainda pode afetar a saúde, mesmo entre pacientes já recuperados da infecção.
Um dos aspectos que mais chamam a atenção dos especialistas são os problemas psiquiátricos e neurológicos que acometem os pacientes pós-Covid-19. De acordo com o coordenador de Neurologia da Unidade Morumbi do Grupo Leforte, Diogo Haddad, essa era uma ocorrência detectada no início da pandemia, mas ficava restrita aos casos mais graves, com intubação em UTI.
“Atualmente, no entanto, essas neuropatias, em diferentes níveis, têm sido observadas em 90% a 95% dos casos, mesmo entre aqueles pacientes assintomáticos”, afirma o especialista.
As hipóteses que levam a essas complicações ainda estão sendo avaliadas e não há certeza sobre a sua causa. Mas é possível que estejam ligadas ao combate que o sistema de defesa do organismo faz à infecção, consumindo grande parte da energia que normalmente seria utilizada pelo cérebro. Esse desgaste e falta de nutrientes afetaria o sistema nervoso periférico, provocando os problemas neurológicos.
“Diante do que os estudos apontam, é muito importante que os pacientes acometidos pela Covid-19, mesmo depois de recuperados, façam uma consulta com um neurologista para avaliar o melhor acompanhamento. Isso é ainda mais importante para aqueles pacientes que já tinham um quadro de problemas neurológicos antes da infecção”, destaca o Dr. Diogo Haddad.
Veja alguns números:
- O Centro de Tratamento Pós-Covid do Grupo Leforte fez um levantamento baseado no atendimento de mais de mil pacientes da Unidade Liberdade, entre 45 e 65 anos, com sequelas decorrentes da infecção pelo coronavírus. Entre eles, 32% relataram problemas para lembrar palavras ou organizar frases.
- Um estudo realizado nos Estados Unidos – com base no prontuário eletrônico de 230 mil pacientes diagnosticados com Covid-19 e artigo publicado pela revista científica Annals of Clinical and Translational Neurology – identificou que 1 em cada 3 indivíduos recuperados apresentou alguma sequela neurológica ou psiquiátrica. Os casos mais comuns são lapsos de memória, fadiga e dor de cabeça.
- Em Wuhan, na China, um outro estudo identificou que 76% dos pacientes infectados pelo coronavírus relataram pelo menos um sintoma neurológico: 63% fadiga, 26% dificuldades para dormir e 23% ansiedade/depressão.
Dr. Diogo Haddad é neurologista e coordenador do serviço de Neurologia da Unidade Leforte Morumbi. Atende às quartas-feiras, no período da tarde. Agendamento: (11) 3345-2288.
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