Muitas doenças oculares são evitáveis ou reversíveis, mas avançam entre crianças e adultos
Apesar da importância da visão, muitas doenças oculares passam despercebidas, seja na primeira infância ou ao longo da vida. De acordo com censo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Brasil tinha em 2014, 1 milhão e 158 mil brasileiros cegos, 4 milhões com deficiência visual (sem contar pessoas com erros de refração ou presbiopia), 33 mil crianças cegas por doenças que poderiam ter sido evitadas ou tratadas e outras 100 mil com alguma deficiência visual.
“Cuidar da visão e ir ao oftalmologista deveriam constituir uma rotina, como ocorre com outras áreas, como os cuidados com o coração, por exemplo”, explica o Dr. Marco Cezar Helena, oftalmologista Hospital Leforte. De acordo com o especialista, apesar de não haver dados concretos, é um fato comum atender pacientes que tiveram problemas de visão identificados somente na idade de alfabetização. “Quanto mais cedo tivermos o diagnóstico de uma doença ocular, maiores são as chances de total restabelecimento do órgão”, destaca.
Como primeira medida, o chamado teste do olhinho, disponível nas redes pública e privada – e recomendado pelo Ministério da Saúde – deve ser feito inicialmente na maternidade, com o objetivo de detectar precocemente doenças de visão como glaucoma, catarata congênita e também o retinoblastoma, um dos tipos de tumores oftalmológicos mais comuns em crianças. O exame consiste na identificação de um reflexo vermelho, semelhante ao efeito do flash em fotografias, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê.
Ainda na fase infantil, o especialista do Hospital Leforte reforça a necessidade de identificar casos de ambliopia, vulgarmente conhecida como “olho preguiçoso”.
“Muitas vezes essa doença passa despercebida, o que dificulta e até impede a sua reversão. O cérebro “aprende a enxergar” com ambos os olhos nos primeiros anos de vida. No entanto, existem certas condições, como uma diferença grande de refração (grau de óculos) entre os olhos ou a presença de estrabismo, entre outras, que acabam induzindo o cérebro a ignorar um dos olhos e não aprender a enxergar com ele. Esse tipo de problema pode ser tratado com sucesso absoluto na maioria dos casos se for detectado precocemente, antes dos 5 anos de idade, sendo geralmente irreversível em crianças mais velhas”
Já na fase mais adulta, o glaucoma tem se tornado uma doença séria, considerada como a principal causa de cegueira evitável no mundo. Isto ocorre porque não causa sintomas em grande parte dos casos, sendo apenas detectada em consulta de rotina com um profissional. A doença é caracterizada pelo aumento da pressão dentro do olho (pressão intraocular) e consequente lesão do nervo óptico. Esse aumento da pressão ocorre devido a um desequilíbrio entre a produção de um líquido chamado de humor aquoso, produzido na parte anterior do olho, e a sua drenagem através de um sistema trabecular.
“Às vezes a pessoa fica muito tempo com a pressão intraocular elevada e, quando chega ao consultório, já está em um estágio avançado da doença”, afirma o Dr. Marco. Mais raramente, o glaucoma também pode atingir crianças de forma congênita ou durante a infância, o que reforça a importância do exame do olhinho.
Sobre o Grupo Leforte
Atualmente, o Grupo Leforte possui três unidades hospitalares que somam 620 leitos, sendo duas em São Paulo, nos bairros da Liberdade e do Morumbi, e outra em Santo André, no ABC Paulista. Também possui unidades especializadas em Oncologia, em Higienópolis, Alphaville e Osasco, e uma voltada para Pediatria, em Santo Amaro, além de policlínicas em Alphaville e Cotia. O Leforte é o Hospital Oficial do GP Brasil de Fórmula 1.