A retenção de líquido com inchaço nas pernas nem sempre representa um risco à saúde, mas é importante ficar atento. Esse líquido é, na maioria das vezes, composto por água em grande parte. Mas, pessoas com histórico de doenças cardíacas, hepáticas, pulmonares ou renais, além das mulheres grávidas, devem ficar ainda mais alertas, pois é possível que seja um indicativo de problema de saúde, como insuficiência cardíaca ou insuficiência hepática, ou seja, do fígado.
Insuficiência cardíaca
A função do coração é bombear o sangue para os pulmões, onde recebe oxigênio, e, depois, para o resto do corpo. Então, a insuficiência cardíaca é quando o coração não consegue bombear o sangue para fora dele da maneira necessária. Esse bombeamento é feito na parte inferior do órgão, em duas câmaras chamadas de ventrículos. Quando o mau funcionamento é no ventrículo esquerdo, a pessoa sente falta de ar e fadiga. E quando é no ventrículo direito, o sintoma da insuficiência cardíaca é o acúmulo de líquidos e inchaço no abdômen e nos membros.
Como tratar a insuficiência cardíaca – o tratamento para insuficiência cardíaca inclui, além de medicamentos, uma dieta e mudanças no estilo de vida. É importante também descobrir a causa e tratá-la. Em alguns casos, é necessário implantar na pessoa um desfibrilador, que é um aparelho que detecta arritmias e as corrige. Em casos mais graves, pode ser necessário um transplante de coração.
Doença renal crônica
A doença renal crônica é a diminuição lenta e progressiva da capacidade dos rins de cumprirem sua função, que é filtrar do sangue os resíduos do metabolismo do corpo. Essa diminuição pode acontecer durante meses ou anos e ser provocada por outros problemas de saúde, como diabetes e pressão alta. Entre os sintomas da doença renal crônica estão retenção de líquidos com inchaço nas pernas, fadiga, náusea e pele amarelo castanha.
Como tratar a doença renal crônica – em geral, é recomendada uma dieta com restrição de líquidos, sódio e potássio. O médico também pode prescrever medicamentos para tratar as causas da doença, como a diabetes, anemia ou pressão alta. Em alguns casos, é necessário fazer hemodiálise para retirar as toxinas do sangue e, em situações mais graves, transplante renal.
Varizes
As varizes são veias dilatas e inchadas que surgem, em geral, nas pernas e em alguns casos nos pés. Elas costumam ter coloração azulada ou roxa e a aparência de saltar da pele. Entre os sintomas das varizes estão retenção de líquidos com inchaço nas pernas, que também ficam doloridas e pesadas. Mulheres e pessoas com sobrepeso têm maior predisposição para desenvolver o problema.
Como tratar a varizes – em todos os casos diagnosticados após avaliação, o médico pode indicar somente o uso de meias de compressão e a prática de exercícios regulares, além da elevação das pernas e pés nos momentos de repouso. Mas, se a pessoa apresentar varizes de maior tamanho com ou sem dores ou desconfortos, o médico pode recomendar outros tratamentos, como a aplicação de espuma para fechar as veias dilatadas, ligaduras ou a remoção delas por meio de cirurgia.
Trombose venosa profunda (TVP)
A trombose venosa profunda é a formação de coágulos de sangue dentro das veias, o que pode causar obstrução. O sintoma mais comum é a dor, acompanhada de retenção de líquidos em alguns casos. Entre as complicações que a TVP pode provocar, está a embolia pulmonar, que é quando o coágulo se solta e viaja até bloquear uma ou mais artérias dos pulmões.
Como tratar a trombose venosa profunda – o médico prescreve anticoagulantes, que são medicamentos para prevenir a embolia pulmonar. Na maioria dos casos, a pessoa precisa ser hospitalizada para tratamento. Mas, em algumas situações, após rigorosa avaliação medica, é possível seguir o tratamento em casa sem necessidade de repouso absoluto.
Linfedema
Linfedema é causado por uma obstrução no sistema linfático, que é uma rede de microcirculação que faz parte do sistema circulatório – responsável pelo retorno da linfa ou liquido linfático para o coração. Também ser causado pela remoção do linfonodo ou gânglio linfático da microcirculação por procedimentos cirúrgicos. O sintoma principal é o inchaço em um braço ou em uma perna, que pode ser acompanhado por dor ou desconforto, e nos pés, fazendo com que os calçados fiquem apertados no final do dia.
Como tratar o linfedema – exercícios físicos, enfaixamento compressivo e drenagem linfática ajudam a aliviar os sintomas.
Insuficiência hepática
A insuficiência hepática é quando o fígado não consegue desempenhar adequadamente as suas funções – como regular o metabolismo de vários tipos de nutrientes e mandar para fora do corpo substâncias tóxicas – por ter sido danificado. O que pode ser causado pelo o uso excessivo de álcool, cirrose, hepatite viral e até de alguns medicamentos. Entre os principais sintomas de insuficiência hepática estão cansaço, pele e olhos amarelados, fezes e vômitos com sangue e retenção de líquidos com inchaço nas pernas.
Como tratar a insuficiência hepática – não existe um tratamento para o fígado melhorar o funcionamento, mas o médico pode indicar medidas para amenizar o problema. Entre as recomendações estão a diminuição do consumo de carne vermelha, peixe, queijos e ovos, assim como evitar alimentos salgados e a ingestão de bebidas alcoólicas. Em casos graves, o transplante de fígado é necessário.
Somente um médico pode diagnosticar um problema de saúde e indicar o melhor tratamento para cada caso. Nunca tome medicamentos por conta própria, mesmo que tenham sido recomendados por alguém com problema que você ache parecido com o seu. Eles podem disfarçar os sinais e sintomas dificultando o diagnóstico e até agravar o problema de saúde e criar novos.
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.