Em 26 de abril acontece o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta. A doença atinge pelo menos um em cada quatro adultos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Essa é uma condição médica séria, que aumenta muito a probabilidade de problemas cardíacos, AVC, insuficiência renal e outros males. Agora, há mais um motivo para se preocupar com a hipertensão, pois ela amplia o risco de complicações pelo novo Coronavírus.
Ter hábitos saudáveis e monitorar a saúde é essencial para a prevenção e combate à hipertensão
Geralmente, a hipertensão não causa sintomas. A única maneira de diagnosticar a doença é medir a pressão regularmente. Todos devem fazer essa medição no médico, pelo menos, uma vez por ano para que qualquer alteração seja identificada o quanto antes. Para quem já tem o diagnóstico, é necessário um controle mais rigoroso, conforme orientado pelo médico.
Além dos exames de saúde rotineiros, a adoção de um estilo de vida saudável é imprescindível para prevenir e controlar a hipertensão. Isso inclui:
- Reduzir a ingestão de sal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ideal é não ultrapassar cinco gramas de sal por dia (pouco menos de uma colher de chá);
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Comer mais frutas e legumes;
- Evitar alimentos gordurosos;
- Limitar o consumo de alimentos industrializados;
- Não fumar;
- Moderar o consumo de álcool;
- Gerenciar o estresse.
Para alguns hipertensos, as mudanças de estilo de vida são suficientes para controlar a pressão arterial. Muitas vezes, porém, também é necessário o uso de medicamentos. Se você tem pressão alta, é muito importante aderir ao tratamento indicado pelo médico. Embora essa seja uma condição crônica, que não tem cura, ela pode ser controlada, e o controle adequado é essencial para evitar complicações de saúde.
Hipertensão e Coronavírus: porque hipertensos estão no grupo de risco
Pessoas com doenças cardiovasculares ou com fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e obesidade, estão mais propensas a desenvolver quadros severos de Covid-19.
O Dr. Heron Rached, cardiologista coordenador do Centro de Cardiologia do Grupo Leforte, explica que esses pacientes estão mais vulneráveis porque o Coronavírus provoca uma reação inflamatória sistêmica no organismo, podendo, inclusive, causar danos ao coração. “A Covid-19 impõe ao coração do paciente infectado uma sobrecarga de trabalho que, em alguns casos, pode levar a falência desse órgão. Some-se a isso o fato de que, durante o estado inflamatório promovido pela Covid-19, o sistema vascular do paciente (artérias e veias) também é agredido de forma a comprometer a chegada de sangue para alguns órgãos, como rins, cérebro, fígado e também para o sistema musculoesquelético”.
No entanto, ainda sobre o Coronavírus, o médico afirma que o risco para hipertensos só é aumentado se a pressão arterial estiver descontrolada ou se o paciente tiver mais de 60 anos. Uma pesquisa realizada em 2018 pelo Ministério da Saúde mostra que a parcela da sociedade mais afetada pela pressão alta é formada por idosos: 60,9% dos entrevistados com idade acima de 65 anos disseram ser hipertensos, assim como 49,5% na faixa etária de 55 a 64 anos.
Covid-19 e medicamentos para pressão alta
Uma preocupação relacionada à hipertensão e Coronavírus é a hipótese de que certas classes de medicamentos usadas para tratar pressão alta poderiam aumentar as chances de contrair Covid-19. Em contrapartida, outros pesquisadores postularam que esses mesmos medicamentos poderiam melhorar a função cardiovascular, exercendo um efeito protetor caso ocorresse a infecção pelo novo vírus.
“Nada disso foi comprovado. Então, a orientação é: quem toma medicação anti-hipertensiva deve continuar tomando. Caso a hipertensão esteja fora de controle, o paciente deverá entrar em contato com seu médico. Nada de suspender qualquer tipo de medicação”, orienta o Dr. Rached, alinhado ao posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia e de várias associações médicas internacionais, como a American College of Cardiology e a American Heart Association.
Prevenção da Covid-19 para pessoas com hipertensão e outras doenças cardiovasculares
O Dr. Heron Rached afirma que pacientes hipertensos, por estarem em maior risco para a Covid-19, devem intensificar as medidas de prevenção recomendadas para toda a população, como o isolamento social e a lavagem constante de mãos.
Vale acrescentar que é possível – e muito recomendável – manter uma rotina saudável dentro de casa, com a prática de exercícios físicos, boa alimentação e sono regular.
Gerenciamento da hipertensão durante a pandemia de Coronavírus
O coordenador de cardiologia do Leforte alerta ainda que pacientes hipertensos devem manter o acompanhamento médico durante a pandemia. “Algumas doenças não podem esperar. É caso da hipertensão, que pode estar descontrolada. É necessário procurar o médico para não ter um desfecho de AVC ou infarto”.
De acordo com o Dr. Rached, o receio de procurar o profissional de saúde presencialmente deve ser substituído por precauções no momento de ir para a consulta ou realizar exames. Ele cita alguns cuidados para minimizar o risco de contaminação pelo Coronavírus no trajeto: “o paciente deve ir de máscara, levar álcool em gel e [caso vá de transporte público] agendar a consulta para um horário em que não tenha aglomeração em metrôs e trens”.
As unidades de saúde também precisam fazer a parte delas para preservar a segurança dos pacientes. Ciente disso, o Grupo Leforte, que mantém o setor de cardiologia aberto para atendimento nas unidades Liberdade e Morumbi, adotou uma série de medidas preventivas nesse sentido.
“Nós fazemos uma triagem dos pacientes na entrada do ambulatório. Aqueles com sintomas sugestivos de Coronavírus, como febre, tosse e desconforto respiratório, são encaminhados para uma sala separada, onde são atendidos por médicos adequadamente paramentados. Eles seguem um fluxo diferente dos pacientes sem esses sintomas”, explica o Dr. Heron.
Segundo o médico, foram realizadas mudanças nos protocolos do Pronto-Socorro. Seguindo recomendações internacionais, procedimentos invasivos eletivos estão sendo adiados visando reduzir os riscos para pacientes e equipe de saúde nas atuais circunstâncias.
O cardiologista acredita que a telemedicina, que é o atendimento médico à distância mediado por plataformas tecnológicas, pode colaborar com o acompanhamento dos pacientes com doenças cardiovasculares durante a pandemia. Pensando nisso, o Grupo Leforte traz uma novidade relacionada a telemedicina a partir do dia 27 de abril. “Vamos disponibilizar uma plataforma que permite que o paciente faça um pré-agendamento online e receba orientação remota do médico”, adianta.
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