Depois de enfrentar três vezes o diagnóstico de um linfoma, a paciente Amanda Silva Fava, capa da revista Bem-Estar, só pensa em celebrar a vida a cada minuto.
Os cabelos bem curtinhos mostram uma Amanda decidida: ela tem orgulho da mulher que se tornou. Por isso faz questão de se apresentar por inteira, sem disfarces. Foi assim, evidenciando sua condição de vencedora, que Amanda Silva dos Santos se casou com Philipi Fava, seu companheiro de cerca de dez anos que nunca deixou de estar junto dela, mesmo nos piores momentos.
A data da cerimônia foi a mesma em que se celebrou o Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Mesmo que por coincidência, a data não poderia ser mais simbólica, já que Amanda é uma dessas mulheres que impressionam por sua força e luta: enfrentou dores profundas, físicas e emocionais, com resiliência e superação.
Diagnóstico do câncer e a mudança de rotina – tudo ao mesmo tempo
Amanda descobriu seu primeiro câncer em 2013, aos 27 anos. Um dia apalpou o pescoço e encontrou um pequeno caroço, mas achou que logo passaria e nem deu muita bola. Com o passar do tempo e percebendo que o caroço persistiu, ela comentou sobre a situação com uma colega de trabalho médica, que a aconselhou a procurar um especialista em cabeça e pescoço. A biópsia do caroço confirmou as suspeitas: linfoma.
Até então, Amanda nunca tinha ouvido falar na doença, um tipo de câncer que afeta as células do sistema imunológico. Foi o primeiro de muitos baques. “Levei um susto quando me falaram em câncer. Achei que iria morrer logo, que ficaria careca”. Para sua surpresa, o cabelo não caiu, mas os oito meses de quimioterapia, feita a cada 15 dias, provocaram em Amanda inchaço e enjoos terríveis. Mesmo assim, ela seguiu sua rotina e optou por não se afastar do trabalho.
Na época, ela já namorava o vendedor autônomo Philipi, que não deixou de acompanha-la nas consultas e nas sessões de quimioterapia.
Philipi Fava acompanhou Amanda durante todo o tratamento.
A dedicação e companheirismo de Philipi com Amanda a ajudou a enfrentar outro desafio. Em 2017, um novo exame acusou que o linfoma havia voltado. Começava então mais uma jornada de consultas e exames. A médica que atendeu Amanda no Hospital Leforte Liberdade nessa segunda ocasião indicou um transplante autólogo de medula – aquele em que o tratamento é feito a partir das próprias células do paciente.
“Foi uma fase muito delicada. Perdi mais de 15 quilos, tinha dor nas costas por conta de água no pulmão e não conseguia andar por muito tempo, logo me cansava”, relata Amanda. Dessa vez, os cabelos caíram e foram 60 dias internada, sem poder receber visita ou se deslocar. “Fiquei todo esse tempo sem poder beijar ninguém, sem abraçar. Tinha de usar máscara e a roupa do hospital. Queria um abraço para me confortar e não tinha”****.
Amanda conta que aprendeu a valorizar situações simples de seu dia-a-dia, como poder vestir o que quiser e ir passear no shopping, por exemplo, outro lugar que foi proibida de frequentar durante um período, por oferecer risco de contaminação.
Para não desistir de enfrentar o tratamento pela segunda vez, Amanda afirma ter se apoiado em suas crenças e em pessoas próximas. “Quando fui internada, o pessoal do hospital, junto com o Philipi, enfeitou todo meu quarto, encheu as paredes de fotos de amigos, da família e de cartinhas de apoio”, lembra com carinho.
Uma nova recidiva do câncer e, depois, a esperança
Passada essa internação, Amanda retomou a vida novamente: voltou ao trabalho, comprou uma casa, algo que sempre quis ter, e marcou o casamento. Mas, depois de um ano o tumor voltou a dar sinais, resultando em novas consultas, novos exames e uma nova internação. Desta vez, os oncologistas do Leforte optaram pelo transplante alogênico, ou seja, de um doador compatível – no caso, o irmão mais velho de Amanda.
Ela relata que o medo tomou conta mais uma vez. Teve dias de esperança, mas também passou por momentos de tristeza e raiva. Os cabelos, que haviam caído no primeiro transplante e já tinham crescido um pouco, não resistiram mais uma vez. “Eu sabia tudo o que me esperava. Era a terceira vez que passava por um diagnóstico e tratamento. Entrei em depressão, precisei procurar ajuda”, conta.
O transplante foi realizado em setembro de 2019. Foram 30 dias de internação, sempre com apoio do namorado, amigos, familiares e profissionais do hospital. Amanda ressalta que o suporte especializado que recebeu no Leforte fez toda a diferença na sua recuperação física e psicológica.
Amanda estampou a capa da Revista Bem-estar no Tratamento Oncológico, lançada em setembro de 2019.
A medicação foi intensificada e os efeitos colaterais vieram avassaladores, mas ela passou por eles bravamente. Na semana que antecedeu essa conversa, Amanda havia feito novos exames e foi buscar o resultado que tanto esperava: finalmente, está curada.
Ela sabe que precisa de acompanhamento, ainda toma remédios e leva uma vida com algumas restrições. Mas isso nem de longe tira sua alegria de viver e vontade de celebrar. Aos 33 anos de idade, ela conta que hoje vive com aquela urgência de quem passou três vezes por situações-limite. Não aceita desculpas para adiar um programa, não importa qual seja, e não abre mão de estar com a família.
A retomada do amor paterno e próximos planos
No processo de enfrentamento da doença, Amanda reconciliou-se com seu pai, de quem mantinha distância há anos. “Foi por conta do linfoma e, por me ver mal, que ele me procurou. Hoje temos uma relação de pai e filha”, diz, emocionada. Esse apoio, sem dúvida, pesou em seu processo de recuperação.
Ocupar-se com os afazeres do casamento ajudou a preencher seus dias. Optou por deixar os cabelos curtos à mostra porque eles fazem parte da sua história. “Essa sou eu, cabelos nascendo, carequinha ainda, não tenho por que esconder. Daqui um tempo quero olhar meu álbum e me ver ali. Se usasse peruca, não seria eu”, acredita.
A curto prazo, quer voltar a trabalhar, cuidar da casa e retomar as viagens que tanto curte fazer com Philipi. A longo prazo, deseja um dia poder ser mãe. Sabe que para isso não pode ter pressa, pois precisa estar bem e livre de alguns medicamentos.
Serena, ela segue sua vida. Deixou de reclamar por coisas pequenas, o que fazia com frequência antes do primeiro diagnóstico. Porém avisa que, para algumas coisas, tem pressa. Quer estar sempre com a mãe, o pai, o irmão doador e com o caçula. Frequentar festinhas, pegar sol. “Quero ser feliz”, resume.Aos que enfrentam situações parecidas, Amanda não tem receita pronta, mas, por experiência própria, dá umas dicas: “Procurem apoio da família e ajuda de profissionais, tenham fé e saibam que os momentos ruins vão passar”.
Agora Amanda aproveita a vida ao máximo a vida, sempre com serenidade.
Oncologia Leforte
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