Sabe aquela pessoa na faixa dos 40 anos que reclama constantemente de dor nas costas, ou coloca as mãos na cintura e se estica? É muito provável que ela esteja passando por algum processo degenerativo da coluna.
O especialista em Ortopedia e Traumatologia e cirurgião de coluna do Grupo Leforte, Dr. Guilherme Costa, explica que, antes de entender o que são estas doenças degenerativas, é importante conhecer as principais estruturas que fazem parte da anatomia normal da coluna vertebral: as vértebras, os discos intervertebrais, os ligamentos e as articulações intervertebrais ou articulações facetárias.
“As doenças degenerativas da coluna são doenças que decorrem de processos de desgaste dessas estruturas. Os acometimentos mais comuns são degeneração dos discos intervertebrais, protusões e hérnias de disco, artrose facetária ou artrose da coluna, estenose do canal vertebral e escoliose degenerativa”, afirma.
De forma geral, os processos degenerativos da coluna, uma vez que se iniciam, podem ser controlados, mas não voltam a ser igual antes. O tratamento tem como principal objetivo controlar os sintomas de dor e evitar a progressão natural do desgaste. Logo, é imprescindível a compreensão que os cuidados com a coluna serão parte fundamental ao longo de toda a vida.
O diagnóstico é realizado através da avaliação médica e complementado com alguns exames de imagem: radiografias, ressonância magnética e/ou tomografia. O dr. Guilherme explica a complexibilidade de um diagnóstico preciso. “As radiografias são utilizadas para avaliar a estrutura óssea e os alinhamentos naturais da coluna vertebral. A ressonância magnética é indicada na avaliação de condições não traumáticas da coluna, ou seja, são exames essenciais na avaliação desses processos degenerativos, por visualizarem com extremo detalhe estruturas como as vértebras, os discos, os ligamentos, a medula espinal e as articulações. A tomografia computadorizada é indicada em casos traumáticos e é o melhor exame para avaliar a anatomia óssea da coluna.”
Além da importância de uma boa postura desde jovem, para evitar problemas no futuro, alguns fatores de risco contribuem para o aparecimento de algum tipo desta doença, como, sedentarismo, obesidade ou algum trauma ou fratura. Os sintomas decorrentes das doenças degenerativas começam a aparecer em pessoas acima dos 20 anos de idade, sendo mais comuns a partir dos 40 anos.
Atividades físicas não são só recomendadas como são essenciais como um dos principais pilares do tratamento. Atividades com impacto são, inicialmente, não recomendadas, dando preferência para alongamentos e fortalecimento sem impacto. Pilates, yoga, natação e musculação são algumas das opções de atividades que auxiliam no fortalecimento muscular e no alívio da dor. Caminhada ou ciclismo são complementares, mas são menos efetivas, visto que não atuam diretamente no fortalecimento da musculatura do tronco
O especialista do Grupo Leforte ressalta que “na vigência de um quadro de dor, a orientação é interromper as atividades que levaram ao seu aparecimento. Entretanto, recomenda-se a continuidade da prática de atividade física com outras modalidades de exercícios. O repouso relativo é recomendado por um período de 1 a 3 dias, não devendo se estender acima disso. O paciente deve ser encorajado a permanecer ativo e a retornar as atividades normais”.
Antes de se pensar em cirurgia, que deve ser vista como último recurso, há outros meios de tratamento, como medicamentosos e reabilitação física, que costumam ser eficazes na grande maioria das pessoas.
“O principal responsável pelo sucesso do tratamento é a compreensão adequada pelo paciente das alterações presentes em sua coluna e quais são as medidas que deverão ser realizadas para obter o alívio, cabendo ao profissional explicar a importância de todas as etapas do tratamento, assim como mostrar que a recuperação nem sempre será tão imediata, com alguns casos levando até 2 a 3 meses para se atingir o controle dos sintomas”, afirma o especialista do Grupo Leforte.
Para os pacientes que não tiveram controle adequado dos sintomas com uma abordagem menos invasiva, há boas opções de tratamento cirúrgico. Atualmente, existem diversas técnicas minimamente invasivas, como cirurgias endoscópicas, que promovem excelentes resultados e, devido a mínima lesão da parte muscular, permitem início precoce da reabilitação pós-operatória. A correta identificação das alterações encontradas nos exames de imagem associadas aos sintomas dos pacientes é crucial na decisão terapêutica para a melhor abordagem cirúrgica.
Dr. Guilherme Costa concluiu a Residência médica em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 2019, com título de especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Complementação especializada em Cirurgia de Coluna no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (SP). Atualmente, é médico voluntário e mestrando junto ao Grupo de Coluna Vertebral do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP-SP. Para atendimentos no Grupo Leforte, entre em contato em (11) 3345-2288
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