A depressão é um transtorno psiquiátrico crônico caracterizado pela alteração do humor e tristeza intensa e de longa duração. Esse sentimento causado pela depressão também pode ser acompanhado de ansiedade, angústia e desprazer com a vida.
Diferente da tristeza comum, causada por perdas e acontecimentos difíceis, a depressão afeta a capacidade de superação e causa grande impacto na qualidade de vida. A pessoa com depressão tem sua rotina comprometida, uma vez que o transtorno interfere na capacidade de executar tarefas cotidianas como estudar, trabalhar, dormir e socializar.
Quais são as causas da depressão?
A causa exata da depressão não é estabelecida, mas existem alguns fatores de risco que estão relacionados ao desenvolvimento da doença, como:
- Predisposição genética;
- Histórico de eventos traumáticos;
- Abuso de substâncias;
- Deficiência de hormônios e neurotransmissores;
- Efeitos colaterais de medicamentos.
Evidências mostram que a deficiência de certos hormônios, denominados neurotransmissores, também influenciam no surgimento de um quadro depressivo. Substâncias como a noradrenalina, serotonina e dopamina são essenciais na regulação da atividade do sono e do humor, por exemplo.
Além disso, pelo menos um terço dos casos de depressão são acompanhados do abuso de substâncias, sejam elas bebidas alcoólicas, tabagismo, drogas ilícitas, remédios ou até o café.
Incidência da depressão na população
Cerca de 322 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo, sendo que 11 milhões dos casos estão no Brasil. Isso corresponde a 5,8% da população. O país também está em segundo lugar nas Américas com maior incidência de depressão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (EUA), em que a população afetada é de 5,9%.
Quais os fatores de risco para a depressão?
- Histórico familiar – pessoas com parentes que têm depressão possuem mais chances de desenvolver a doença;
- Histórico de eventos traumáticos – sofrer abuso físico, sexual ou emocional, assim como negligência na infância, torna a pessoa mais suscetível à depressão;
- Grandes mudanças e dificuldades – perda de emprego, dificuldades financeiras, conflitos conjugais e/ou o falecimento de pessoas queridas podem ser um gatilho para a depressão;
- Estresse e privação do sono – quando constantes, favorecem o desenvolvimento da depressão;
- Vícios – pessoas com vícios em substâncias como álcool, cigarro, drogas ilícitas e/ou medicamentos têm maior probabilidade de apresentar depressão;
- Alterações hormonais – a deficiência de hormônios como corticotrofina, cortisol, estrogênio, progesterona e T4 interferem no desempenho da serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar;
- Doenças graves – como câncer ou problemas de saúde incapacitantes podem causar instabilidade emocional e motivar o desenvolvimento da depressão.
Quais os sinais e sintomas da depressão?
Além dos elevados níveis de desmotivação, tristeza e apatia, a depressão pode se manifestar por meio de uma série de sinais e sintomas físicos e psicológicos.
Sintomas emocionais da depressão:
- Falta de empatia;
- Insegurança;
- Dificuldade de concentração e esquecimento;
- Angústia;
- Sensação de vazio e culpa;
- Perda ou aumento de apetite;
- Pessimismo e irritabilidade;
- Insônia ou sonolência;
- Desmotivação constante em realizar atividades que dão prazer;
- Estresse e ansiedade;
- Perda de interesse sexual;
- Baixa autoestima;
- Pensamentos autodestrutivos e/ou suicidas.
Sintomas físicos da depressão:
- Dores de barriga, azia e má digestão;
- Gases e constipação;
- Tensão na região da nuca e ombros;
- Dores de cabeça e no corpo;
- Taquicardia (pressão no peito);
- Sudorese, cansaço e mal-estar;
- Fadiga ou perda de energia.
Como é feito o diagnóstico da depressão?
O diagnóstico da depressão é feito por um médico psiquiatra com base nos sintomas físicos e emocionais, além do histórico familiar de vida da pessoa. Com essa avaliação, o especialista entenderá os fatores que puderam influenciar o desenvolvimento da depressão e classificar a doença entre leve, moderada e grave. Assim, o paciente será direcionado a um tratamento compatível com o impacto causado pela depressão.
Quais os tratamentos para a depressão?
A depressão está associada a um grande conjunto de fatores. Devido à complexidade, somente um profissional pode investigar a fundo as causas e o grau de intensidade da doença.
A depressão pode ser tratada por meio de terapia ocupacional, psicoterapia e/ou medicamentos antidepressivos, dependendo do nível de intensidade. Em alguns casos, o tratamento pode levar anos ou ser necessário acompanhamento profissional durante toda a vida, com a finalidade de prevenir o aparecimento de novas crises.
Psicoterapia – as sessões de psicoterapia ajudam a entender os fatores e as causas que desencadeiam a depressão no indivíduo, além de atuar na diminuição dos sintomas e auxiliar na superação dos eventos que desencadearam a doença.
Terapia ocupacional – a terapia ocupacional ajuda a reorganizar o cotidiano e as atividades da pessoa com depressão. As sessões ajudam a resgatar vivências anteriores ao estado depressivo, elencar opções de atividades que o paciente possa se identificar, desenvolver autoestima e capacidade de organizar a própria vida.
Medicamentos – a prescrição de medicamentos antidepressivos, feita por um médico psiquiatra, ajudam a regular a deficiência de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, auxiliando o seu cérebro a funcionar de forma saudável. A dosagem correta, a duração do tratamento e a escolha do antidepressivo é feita com base no histórico médico, familiar e nos sintomas apresentados.
É importante ressaltar que a as terapias não substituem os medicamentos, quando necessários, mas são complementos importantes para adesão e sucesso do tratamento da depressão.
Como prevenir a depressão?
Algumas atividades e mudanças em seu estilo de vida podem estimular o aumento na produção de hormônios que estão associados ao bem-estar. Praticar exercícios físicos, socializar, ter um sono adequado e manter uma dieta saudável estão relacionados com uma maior produção de serotonina, dopamina e endorfina, que fazem o corpo se sentir melhor.
Confira algumas práticas que favorecem o bem-estar:
- Manter uma dieta equilibrada e praticar atividades físicas regularmente;
- Evitar o consumo de bebidas alcóolicas e drogas ilícitas;
- Priorizar ter um sono de qualidade;
- Evitar o estresse;
- Realizar frequentemente atividades prazerosas.
Somente um médico pode diagnosticar um problema de saúde e indicar o melhor tratamento para cada caso. Nunca tome medicamentos por conta própria, mesmo que tenham sido recomendados por alguém com problema que você ache parecido. Eles podem disfarçar os sinais e sintomas da depressão, dificultando o diagnóstico e até agravar o problema de saúde e criar novos.
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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.