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Pneumologia

6 minutos de leitura

É possível prevenir a tuberculose?

Leia, no site do Grupo Leforte, o que é tuberculose, como é transmitida e tratada e o que fazer para prevenir a doença.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 25/04/2022

Causa da morte de milhares de pessoas no século XIX, conhecida como peste branca, ainda hoje, cerca de 4,1 milhões de pessoas com tuberculose no mundo todo sequer foram diagnosticadas ou tiveram seus casos notificados para as autoridades de saúde. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde, que, em 2021, alertou para o número crescente de mortes causadas pela doença em função da pandemia de Covid-19. Continue a leitura para saber mais da doença, como sintomas, tratamentos e medidas de prevenção que devem ser adotadas.

Qual é a incidência da tuberculose no Brasil e no mundo?

Os dados referentes a 2020 divulgados pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde mostram que:

  • 10 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose no mundo;
  • O Brasil concentrou um terço de todos os casos da doença nas Américas;
  • O Brasil, ao lado da Rússia, Índia, China e África do Sul concentraram 46% de todos os casos de tuberculose no mundo e também 40% das mortes pela doença.

Em 2021, foram diagnosticados 68 mil novos casos de tuberculose no Brasil e, aproximadamente, 4,7 mil óbitos. A incidência da doença é estimada em 32 casos para cada 100 mil habitantes.

O que é a tuberculose?

Tuberculose é o nome dado à infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Em geral, os pulmões e a garganta são as áreas mais acometidas. Mas, outras partes do corpo também podem ser afetadas – como nódulos linfáticos, pele, articulações e ossos. Esses casos são conhecidos como formas extrapulmonares e são mais frequentes em pessoas que vivem com o vírus HIV e adoecem pela tuberculose, em especial as que estão com comprometimento imunológico.

A transmissão se dá quando uma pessoa infectada fala, tosse ou espirra, liberando no ar gotas minúsculas (chamadas de aerossóis) com os micro-organismos, que são inaladas por alguém e causam infecção. Apesar de o mecanismo de transmissão da tuberculose ser parecido com o de outras doenças infectocontagiosas, é preciso que as pessoas sejam expostas de forma prolongada ao bacilo para serem infectadas. Por isso que, em geral, quem adoece tem um familiar ou amigo acometido pela doença, não por um contato ocasional com alguém infectado.

Estima-se que, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pode infectar, em média, outras 10 a 15 pessoas em um ano. Entretanto, a transmissão não acontece por contato com objetos, como roupas, lençóis e talheres, mesmo que você os compartilhe com alguém infectado.

Como o bacilo causa a tuberculose?

Uma vez inalado o bacilo de Koch, ele vai se alojar, principalmente, no tecido dos pulmões. Se as células de defesa do organismo não eliminarem as bactérias, duas situações podem acontecer:

Quando o sistema imune está funcionando bem, os bacilos tendem a ficar de forma latente nos pulmões, contidas pelas células imunológicas. No entanto, a doença pode se desenvolver meses ou mesmo anos depois, quando o sistema de defesa estiver enfraquecido.

Quando o sistema imune está enfraquecido, há um risco maior de a tuberculose se tornar uma doença ativa e provocar sinais e sintomas em dias ou semanas. Neste caso, os micro-organismos se multiplicam no pulmão, atacam o órgão e, em alguns casos, outras partes do corpo, como os linfonodos, coluna vertebral, ossos, rins, cérebro e mesmo a pele. Os bacilos conseguem se mover para outras partes do corpo por meio do sistema linfático e da corrente sanguínea.

Quais são os sinais e sintomas de tuberculose?

Os sinais e sintomas de tuberculose mais comuns são os seguintes:

  • Emagrecimento acentuado;
  • Tosse seca no início e, depois, com secreção;
  • Tosse por mais de três semanas;
  • Tosse com pus ou sangue;
  • Febre baixa, em geral à tarde;
  • Sudorese, ou suor excessivo, à noite;
  • Cansaço excessivo;
  • Falta de apetite;
  • Palidez;
  • Rouquidão;
  • Prostração;

Nos casos mais graves, a pessoa pode ter dificuldade em respirar, expectorar sangue (hemoptise), ter acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão), dor torácica se acontecer o comprometimento da pleura e até o pulmão entrar em colapso.

Importante! É preciso ficar atento aos sintomas porque, em algumas pessoas, eles podem não aparecer com a mesma intensidade.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento de tuberculose?

Se o indivíduo apresentar sintomas compatíveis com a tuberculose, deve buscar a unidade de saúde mais próxima para ser avaliado por especialistas. O diagnóstico da doença é realizado por meio de alguns exames:

  • Radiografia do tórax;
  • Exames laboratoriais de sangue;
  • Escarro do paciente, que é chamado também de baciloscopia.

O tratamento de tubérculos é feito com o uso de medicamentos antibióticos, e pode durar seis meses ou um ano. Após 15 dias, a transmissão tende a diminuir. Mas, para que o tratamento seja 100% eficaz, é importante que não haja interrupção ou abandono, mesmo que a pessoa perceba melhora nos sintomas. Além disso, o uso inadequado dos medicamentos pode gerar bacilos resistentes, favorecendo o surgimento de uma tuberculose mais difícil de ser tratada.

A tuberculose também pode ser tratada quando é descoberta em estágio latente, o que pode acontecer em pessoas que estão em contato com indivíduos com tuberculose, mas que não desenvolveram a doença. Especialmente em quem faz parte de grupos mais vulneráveis, como crianças e pessoas com problemas na imunidade.

A eficácia do tratamento depende do momento do diagnóstico. Isso porque, se a doença não for descoberta nos estágios iniciais, pode haver destruição progressiva do pulmão. Daí a importância do diagnóstico e do tratamento serem feitos com rapidez.

Quais são os fatores de risco para a tuberculose?

Pessoas que estão em contato direto com portadores da doença têm maior risco, especialmente familiares e amigos. Nem todos, porém, vão desenvolver a forma ativa da doença. Mas é preciso ter uma atenção maior com quem está com o sistema imunológico comprometido ou em formação, por exemplo:

  • Pessoas com doenças crônicas, como diabetes ou problema nos rins;
  • Pessoas convivendo com o vírus HIV, ou com AIDS;
  • Pessoas que passaram por transplante de órgãos;
  • Pacientes oncológicos em tratamento com quimioterapia;
  • Pessoas que recebem tratamento para doenças autoimunes, como artrite reumatoide;
  • Crianças e bebês.

Os seguintes grupos também correm um risco maior de serem infectados e desenvolverem a tuberculose:

  • Pessoas em situação de rua;
  • Indígenas;
  • Pessoas privadas de liberdade;
  • Profissionais de saúde.

Como prevenir a tuberculose?

A principal forma de prevenção da tuberculose é por meio da vacina BCG, que deve ser aplicada logo depois do nascimento ou, no máximo, até os quatro anos de idade. O imunizante está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e protege contra formas graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea. Outras formas de prevenção que podem ser adotadas são:

  • Tratamento adequado de quem foi infectado para não transmitir para outras pessoas;
  • Melhora nas condições de vida da população em geral,
  • Manter os ambientes iluminados e ventilados, pois o bacilo de Koch é sensível à luz do sol e a circulação do ar favorece que as partículas contendo o mesmo se dispersem com mais facilidade.

*Conteúdo produzido com o apoio do médico pneumologista pediátrico Dr. Leandro Odone Bertelli, do Leforte.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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