Logo

Centro de Gastroenterologia

1 minuto de leitura

Gordura no fígado pode regredir com bons hábitos de saúde

Cerca de 30% de brasileiros tem gordura no fígado, que pode levar até à falência hepática. Saiba, no site do Leforte, como tratar a doença.
EL
Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 01/02/2023

A esteatose hepática, também chamada de gordura no fígado, atinge cerca de 30% dos brasileiros e está associada ao aumento do risco de doenças crônicas graves, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer de fígado, entre outras. Apesar da gravidade do problema, é possível reverter a gordura no fígado com mudança de hábitos. O Leforte conversou com o Dr. Jefferson Claudio Murad, médico cirurgião do aparelho digestivo, sobre as diversas causas, tratamento e prevenção da esteatose hepática.

O que é a gordura no fígado e como ela se desenvolve?

O Dr. Jefferson explica que a taxa de gordura normal de um fígado é menor que 6%. A esteatose hepática é denominada quando essa taxa de gordura é maior e pode ser classificada em leve, moderada ou grave. Se a gordura no fígado permanece por muito tempo, ela pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para um tipo grave de hepatite, além de cirrose, falência hepática e câncer de fígado.

“O fígado é o processador de energia celular de nosso corpo a partir dos nutrientes de alimentos ou de substâncias ingeridas. A gordura no fígado se desenvolve por ingestão aumentada de alimentos gordurosos ou por metabolismo anormal da gordura, que pode acontecer devida a erros inatos do metabolismo, alcoolismo, hepatites virais, entre outros”, afirma o médico.

Quais as causas da gordura no fígado?

O Dr. Jefferson conta que as causas da gordura do fígado se dividem em alcoólicas e não alcoólicas. Além do consumo excessivo de álcool, as causas da esteatose hepática podem ser:

  • Obesidade e sobrepeso –
  • Perda brusca de peso;
  • Gravidez;
  • Sedentarismo;
  • Erros de metabolismo – como dislipidemia (colesterol alto) familiar ou genética;
  • Diabetes tipo 2;
  • Má nutrição – como ingestão calórica excessiva ou alto consumo de alimentos gordurosos;
  • Hepatites virais;
  • Hepatite induzida por medicamentos e substâncias – tais como corticosteroides, estrógenos sintéticos, aspirinas, bloqueadores de canais de cálcio, amiodarona, tamoxifeno, tetraciclina, metotrexato, ácido valproico, cocaína, fósforo, tetracloreto de carbono e tricloroetileno;
  • Cirurgias que usem a técnica jejuno-ileal e, portanto, afetem a absorção de nutrientes, como a algumas bariátricas.

A gordura no fígado pode causar sinais e sintomas?

“Como o fígado é o processador de energia do corpo humano a partir dos nutrientes recebidos, um sintoma muito comum é o excesso de cansaço ou exaustão precoce ao fazer algum tipo de exercício físico”, afirma o médico. No entanto, é importante ressaltar que nem todas as pessoas com gordura no fígado manifestam sinais e sintomas.

O que a gordura no fígado pode causar em médio e longo prazo?

Segundo o Dr. Jefferson, a esteatose hepática está associada a algumas principais doenças crônicas importantes: diabetes tipo 2, hipertensão arterial e obesidade. Além disso, a médio e longo prazo a gordura no fígado pode causar:

  • Aumento do risco de doenças cardíacas, como isquemia miocárdica e infarto, devido ao acúmulo de gorduras nas artérias (aterosclerose);
  • Aumento do risco de acidente vascular cerebral isquêmico devido a obstruções das artérias carótidas;
  • Aumento do risco de câncer do intestino e do próprio fígado;

“Em casos mais avançados, a doença pode evoluir para a esteatohepatite grave, que é a falência do funcionamento do fígado”, alerta o médico.

Como a gordura no fígado pode ser diagnosticada?

O diagnóstico da esteatose hepática pode ser feito por meio de um conjunto de exames clínicos, laboratoriais e de imagem:

Exame clínico – “nós avaliamos se o paciente se queixa de fraqueza, sono excessivo e cansaço precoce. Também são sinais de alerta a pressão arterial um pouco elevada (sistólica superior a 130 mmHg e diastólica maior que 85 mmHg) e circunferência abdominal maior que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres”, explica o médico.

Exames laboratoriais – “a partir do exame de sangue, é possível suspeitar ou não da presença de esteatose hepática, de acordo com os resultados”:

  • VHS maior que 20 – exame usado para detectar se há alguma inflamação ou infecção no organismo;
  • Triglicerídeos maior que 150;
  • Colesterol total maior que 190 ou VLDL maior que 30;
  • TGO e TGP elevados – identificam possíveis problemas no fígado;
  • Gama GT elevada – avalia alterações hepáticas;
  • Fosfatase alcalina elevada – também indica possíveis problemas no fígado e/ou vesícula biliar.

Exames de imagem – “o médico pode pedir ultrassonografia de abdome simples e ressonância magnética de abdômen para ajudar a determinar a gravidade da esteatose, que é classificada de acordo com a taxa de gordura presente no fígado”:

  • Leve – de 6 % a 17%;
  • Moderada – 17 a 22%;
  • Grave – maior que 22%.

Biópsia do fígado – é o exame mais preciso para identificar a causa e verificar o grau de inflamação do fígado. O procedimento é realizado com anestesia local, de forma percutânea, com ajuda de uma agulha ou cateter, e pode ser guiado por ultrassonografia ou por videolaparoscopia.

É possível reverter a gordura no fígado?

A reversão da gordura no fígado pode ser conseguida principalmente com alterações dos hábitos alimentares e de vida. Além disso, pode ser necessário usar alguns medicamentos e tratar problemas de saúde associados.

Mudança de hábitos – “inclui dietas com restrição de gorduras, açúcares, massas e carboidratos, a proibição de bebidas alcoólicas e até mesmo cervejas não alcoólicas e a obrigatoriedade de exercícios físicos diários”, aponta o Dr. Jefferson.

Uso de medicamentos – “a reversão medicamentosa da gordura no fígado usa remédios para colesterol e suplementos de ômega 3, silimarina e vitaminas”, explica.

Doenças associadas – parte das pessoas com gordura no fígado desenvolvem também outros problemas de saúde, como síndrome metabólica e refluxo gastroesofágico. “A síndrome metabólica pode ser tratada com cirurgia bariátrica. Já o refluxo, que costuma ser associado, pode ser tratado com medicamentos, dieta e até mesmo cirurgia antirefluxo”, afirma o médico.

Dr. Jefferson Claudio Murad é médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Especialista e Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e PhD em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Universidade de São Paulo. É cirurgião do aparelho digestivo do Leforte Morumbi.

Conteúdos relacionados no site do Leforte

Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

Escrito por
EL

Equipe Leforte

Equipe Leforte
Escrito por
EL

Equipe Leforte

Equipe Leforte