A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, sintoma relacionado à perda de memória, da capacidade de percepção de meio ambiente, de juízo e raciocínio. Compromete principalmente pessoas acima dos 60 anos de idade e não deve ser confundida com o envelhecimento cerebral normal.
O Alzheimer é uma doença progressiva. No início, a perda da memória é leve, frequentemente não valorizada e confundida com esquecimento normal. Com a evolução da doença há o agravamento dos sintomas, podendo-se manifestar inabilidade em conversar e interagir com o meio.
É a sexta causa de morte. Pacientes portadores da doença vivem em média 8 anos após o diagnóstico, entretanto sobrevidas maiores são observadas dependendo de vários fatores.
Não há cura para a Doença de Alzheimer apesar de diversos tratamentos disponíveis para minimizar os sintomas e proporcionar qualidade de vida por um período significativo de tempo.
Causas
Não se conhece a causa do Alzheimer, porém, muitas pesquisas levam a crer que a associação de fatores ambientais com fatores de risco genéticos possa iniciar uma série de alterações metabólicas décadas antes da manifestação da doença.
Fatores de risco para o desenvolvimento da doença:
- Idade avançada
- História familiar (a maioria dos casos não é herdada, somente 5% são formas familiares)
- Gene APOE 4
- Obesidade
- Resistência à insulina
- Distúrbios vasculares
- Dislipidemias
- Depressão
- Marcadores inflamatórios
- Síndrome de Down
- Traumatismo craniano
Sintomas
O principal sintoma é a dificuldade de se lembrar de informações novas. Todos nós experimentamos dificuldades de lembrar de certos fatos ou aprendizados, no entanto, a gravidade desses sintomas é muito marcante na Doença de Alzheimer, onde observamos, ainda, distúrbios do humor, desorientação no tempo e no espaço, perda da capacidade de reconhecer seu ambiente e, com o avançar da doença, até mesmo de seus parentes mais próximos.
Sintomas de alerta
Alguns sintomas merecem especial atenção:
- Perda de memória que modificam a rotina diária: esquecimento de informações recentes, datas, eventos e repetição de perguntas.
- Desafio na resolução de problemas: dificuldade de planejar ou trabalhar com números, como manter o pagamento das contas em dia.
- Dificuldade em completar tarefas domésticas diárias: problemas para dirigir em lugares conhecidos, organizar orçamentos no trabalho e lembrar regras básicas, por exemplo, de jogos preferidos.
- Confusão no tempo e lugar: confusão com datas e estações do ano.
- Dificuldade de entender imagens e relações espaciais: problemas com leitura, distâncias, para determinar cores e contrastes, levando a problemas para dirigir.
- Problemas com palavras faladas e escritas: podem desenvolver dificuldade para conversar, interrompendo o dialogo no meio e esquecendo palavras usuais.
- Colocação de objetos em lugares errados: incapazes de retroceder mentalmente para achá-los.
- Diminuição ou perda do julgamento: gastando dinheiro desnecessariamente.
- Abandono do trabalho e outras atividades: hobbies, atividades sociais, esportes…
- Mudanças no humor e na personalidade: desconfiados, depressivos, amedrontados e ansiosos.
Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico, feito por meio de um exame médico, neurológico e avaliação neuropsicológica. Exames complementares ajudam a excluir outras doenças causadoras de demências. Porém, não há um exame laboratorial responsável por diagnosticar a Doença de Alzheimer.
Tratamento
É uma doença incurável. Algumas medicações ajudam a estabilizar a doença, reduzindo a velocidade dos sintomas e mantendo a qualidade de vida por mais tempo. O esquema medicamentoso mais adequado a cada paciente segue algumas diretrizes melhor avaliadas pelo especialista.
Prevenção
A prevenção da doença passa necessariamente por mudanças de hábitos:
- Atividade física, principalmente a atividade aeróbica
- Optar por alimentação mais saudável – a dieta do Mediterrâneo mostrou-se a mais promissora
- Controle de patologias com fatores de risco vascular como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias (elevação dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue), obesidade com resistência à insulina, síndrome metabólica, consumo de cigarro e álcool
- Atividade intelectual com jogos, estudos, novos aprendizados
- Preservação das relações sociais e familiares
Muitas pesquisas estão em andamento, tanto para o diagnóstico como para o tratamento. No entanto, a melhor recomendação é a prevenção, adotando hábitos de vida saudáveis com uma boa alimentação e atividades físicas, evitando fatores nocivos como sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e tabagismo.
Dr. Marco Tulio Sette dos Santos é neurocirurgião do Grupo Leforte.
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.