A deficiência de vitamina D é considerada um problema de saúde pública generalizado em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em grande parte, isso acontece por causa da pouca exposição ao sol. Para falar sobre a importância da vitamina D e o que a falta dela pode provocar, o Grupo Leforte convidou o médico endocrinologista, Dr. Marcio Krakauer.
Como o nosso corpo obtém a vitamina D?
O Dr. Marcio explica que “a vitamina D, na verdade, é um hormônio. Embora seja chamado de vitamina, ele é sintetizado pelo nosso organismo, como todos os outros hormônios. Enquanto que as vitaminas de fato, são substâncias que o nosso organismo não produz. Até a década de 1970, não se sabia disso e chamaram de vitamina D. Como o nome ficou consagrado, mantiveram até hoje”.
“A vitamina D é um hormônio produzido pela pele quando é ativada pelo sol, mas alguns alimentos também são fontes de vitamina D – como óleo de fígado de bacalhau, peixes gordurosos, cogumelos secos, leite, ovos e fígado bovino”. Porém, o Dr. Marcio alerta que a principal fonte é mesmo o sol”, pois cerca de 80% da vitamina D que o organismo necessita é produzida após exposição da pele à radiação ultravioleta.
Para ativar a produção de vitamina D, o Dr. Marcio diz que “é preciso tomar sol durante 20 a 30 minutos, de três a cinco vezes por semana no mínimo, no período da manhã até às 10h e, no período da tarde, a partir das 16h. Os braços, pernas das coxas para baixo, colo e rosto devem estar livres, preferencialmente sem protetor solar. Do contrário, o corpo não absorve a quantidade necessária de raios ultravioleta”.
A vitamina D é importante para quais funções no organismo?
O Dr. Márcio conta que “a principal ação da vitamina D é regular o cálcio e o fósforo no nosso organismo e aumentar a absorção desses minerais no intestino quando nos alimentamos. Além de ser responsável pela saúde dos ossos, tem um papel muito importante na força, na contração muscular, na gestação e no crescimento das crianças”.
“Também está sendo pesquisada a relação da vitamina D com o sistema imunológico. Sabemos que os linfócitos, que são células do sistema imunológico, têm receptores para a vitamina D, o que indica que ela pode ter um papel na imunidade. Embora ainda não tenha sido determinado exatamente qual seria ele, existem vários estudos sobre os benefícios do uso de vitamina D em doses diárias elevadas para várias doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, lúpus, esclerose múltipla, retocolite ulcerativa e doença de Chron”.
O que a carência de vitamina D pode provocar?
“Normalmente, uma pessoa precisa de 800 até 2.000 unidades de vitamina D por dia, dependendo de várias condições. E como a maioria das pessoas não toma sol o suficiente e nem come os alimentos que podem suprir parte dessa necessidade diária, há uma carência enorme de vitamina D na população mundial. O que não é diferente no Brasil”. O médico adverte que “a carência da vitamina D pode provocar diversos problemas de saúde”, por exemplo:
- Osteoporose (diminuição da densidade óssea) e, consequentemente, fraturas;
- Mau funcionamento dos rins;
- Fraqueza muscular em adultos e idosos;
- Problemas durante a gestação, como pressão alta e diabetes gestacional;
- Parto prematuro;
- Raquitismo, que é um problema no desenvolvimento dos ossos nas crianças.
A vitamina D ajuda a prevenir doenças infecciosas?
“Não está estabelecido se ela pode ser benéfica para prevenção de doenças infeccionas, como a Covid-9. Mas a deficiência de vitamina D está associada com a piora do sistema imunológico. Então, o ideal é que ninguém tenha um nível baixo no organismo”, diz o Dr. Marcio.
O médico explica que “os níveis adequados de vitamina D na corrente sanguínea vão de 30 a 60 nanogramas por mililitro (ng / mL)”. – Entre 60 e 100 ng / mL, o nível é considerado acima da dosagem ideal. Quando é maior que 100 ng / mL, já é superdosagem e existe um risco sério para a saúde.
As pessoas devem fazer suplementação de vitamina D?
A suplementação de vitamina D é indicada para quem está abaixo dos níveis normais. Entretanto, o médico alerta que “a suplementação de vitamina D por conta própria é perigosa, porque muitas pessoas usam doses elevadas, o que pode levar ao excesso de cálcio e causar várias complicações de saúde”, tais como:
- Náusea a vômito;
- Perda de apetite;
- Fadiga;
- Fraqueza muscular;
- Nervosismo;
- Pressão alta;
- Arritmia;
- Cálculos renais;
- Parada cardíaca;
- Falência renal.
“A intoxicação por vitamina D é algo que vem acontecendo cada vez com mais frequência e pode, em casos graves, provocar a morte. Portanto, a suplementação de vitamina D só deve ser feita com indicação e acompanhamento do médico”, finaliza o Dr. Marcio.
Agende consulta com um endocrinologsta
Atenção, este conteúdo é meramente informativo!
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado a fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e a acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.
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