O câncer do colo do útero acontece quando as células do tecido que reveste o colo do útero, que é uma área de transição entre a vagina e o útero, sofrem alterações anormais. Esse tipo de câncer normalmente não apresenta sinais e sintomas na fase inicial, mas pode ser facilmente identificado por meio de exames de rotina. Quando detectado precocemente, tem altas chances de cura.
Incidência do câncer do colo do útero
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê a ocorrência no Brasil de 16 mil novos casos de câncer do colo do útero por ano até 2022. Ele é o terceiro tipo de neoplasia mais recorrente em mulheres, só ficando atrás do câncer de mama e do câncer colorretal.
Quais são as causas do câncer do colo do útero?
A principal causa do câncer do colo do útero é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), que é transmitido sexualmente. Quase todos os casos da doença estão relacionados ao HPV, mas nem toda infecção evolui para o câncer. Entre os mais de 100 tipos de HPV, 15 deles podem provocar lesões no colo do útero precursoras do câncer. Os tipos 16 e 18 são os mais perigosos e estão relacionados com 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Quais são os fatores de risco para câncer do colo do útero?
- Histórico sexual – ter relações sexuais sem uso de preservativo, principalmente com diversos parceiros, pode aumentar os riscos de exposição ao HPV;
- Tabagismo – o desenvolvimento do câncer do colo do útero está diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados;
- Infecção por HIV – mulheres portadoras do vírus HIV podem desenvolver o câncer do colo do útero mais rapidamente caso tenham uma lesão pré-cancerígena;
- Infecção por clamídia – é um tipo de bactéria transmitida sexualmente, que pode causar inflamação pélvica;
- Uso prolongado de anticoncepcionais – alguns estudos relacionam o uso de contraceptivos orais por muito tempo com o aumento do risco de desenvolver o câncer do colo do útero. No entanto, o risco tende a desaparecer depois que a mulher interrompe o uso;
- Múltiplas gestações – mulheres que tiveram três ou mais gestações estão mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença;
- Idade da primeira gestação – mulheres que engravidaram antes dos 20 anos têm risco maior de desenvolver o câncer do colo do útero;
- Histórico familiar – mulheres em que a mãe ou irmã tiveram câncer do colo do útero têm mais chances de desenvolver a doença.
Quais os sinais e sintomas do câncer do colo do útero?
Normalmente, o câncer do colo do útero não provoca sinais e sintomas na fase inicial, evoluindo de forma silenciosa. Entretanto**, na fase avançada, os sinais e sintomas do câncer do colo do útero podem ser:**
- Sangramento vaginal anormal, principalmente após a relação;
- Dor durante a relação;
- Secreção vaginal anormal;
- Dor abdominal;
Apresentar um ou mais dos sinais e sintomas listados não significa que seja câncer do colo de útero. Inclusive, alguns deles – como sangramento vaginal anormal – podem ser provocados por outras questões de saúde, como mioma uterino, um tumor benigno que pode se desenvolver durante a idade fértil da mulher. Somente um médico pode fazer o diagnóstico correto.
Como é feito o diagnóstico do câncer do colo do útero?
Uma combinação de exames ajuda a identificar e diagnosticar o câncer de colo do útero e lesões pré-cancerosas, tais como:
Papanicolau – é o exame preventivo do câncer do colo do útero e deve ser realizado por mulheres que já iniciaram a atividade sexual, principalmente entre os 25 e 59 anos. O papanicolau é realizado com ajuda de um espéculo inserido na vagina para que o médico possa visualizar o colo do útero. Em seguida, é colhida uma amostra de células e muco da região por meio de uma espátula, para que seja analisada em laboratório.
Colposcopia – nesse exame, o médico introduz na vagina um instrumento com lentes de aumento, chamado colposcópio, que permite observar o colo do útero de perto e nitidamente. A colposcopia pode ser realizada junto com o papanicolau.
Biópsia – é o único exame capaz confirmar a doença. Consiste em retirar uma amostra de tecido do colo do útero para ser analisada em laboratório quando alguma anormalidade é encontrada nos outros exames.
Também podem ser feitos exames complementares para ajudar a identificar a extensão da doença ou definir um tratamento depois que o câncer do colo do útero é identificado, tais como: tomografia, ressonância magnética, PET-CT (que consegue verificar o tamanho dos tumores e se eles se espalharam para os linfonodos ou outros órgãos, melhorando a definição do tratamento do câncer e a previsão de prognóstico da doença) e urografia intravenosa (para verificar se o trato urinário foi atingido).
Quais são os tratamentos para o câncer do colo do útero?
Os tratamentos do câncer do colo do útero variam de acordo com alguns fatores, como idade, estágio do tumor e fatores pessoais, como o desejo da mulher de ter filho. Os tratamentos para câncer do colo do útero podem ser:
Cirurgia – quando o tumor está restrito à região do colo do útero, a cirurgia leva à cura na maioria dos casos. Em casos mais avançados, o médico avaliará se é necessário remover útero, ovários e outros tecidos próximos.
Radioterapia – pode ser aplicada para atingir a cura total quando o tumor ainda está localizado e pequeno. No caso de estágios mais avançados, ajuda a controlar a doença e aliviar sintomas.
Quimioterapia – pode ser usada em alguns casos específicos isoladamente ou combinada com a radioterapia. Também é aplicada para evitar que o câncer se espalhe para outros órgãos.
Terapia-alvo – o tratamento consiste em medicamentos que agem diretamente nas células que causam o câncer, gerando menos efeitos colaterais que a quimioterapia.
Imunoterapia – usa medicamentos que estimulam o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas. Geralmente, a imunoterapia é usada no tratamento da recidiva ou da metástase do câncer do colo do útero.
Como prevenir o câncer do colo de útero?
Quando o câncer do colo de útero é diagnosticado precocemente, as chances de cura são maiores. Por isso, é fundamental ir regularmente ao médico e fazer o exame do papanicolau, recomendado a partir dos 25 anos, caso tenha iniciado a atividade sexual. Ou antes, se houver indicação médica. Além de detectar lesões pré-cancerosas, o exame rastreia infecções sexualmente transmissíveis, que oferecem graves riscos à saúde. Além disso, algumas práticas podem ajudar a prevenir o câncer do colo do útero, tais como:
- Se vacinar contra o HPV – a vacina protege contra alguns tipos de HPV. Ela é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para os seguintes grupos:
- Meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
- Pessoas com HIV;
- Pessoas transplantadas com idade entre nove e 26 anos.
- Usar preservativo – é a principal maneira de prevenção contra o HPV, responsável pelo câncer do colo do útero
- Evitar fumar – o tabagismo favorece o surgimento do câncer do colo do útero, além de trazer vários outros prejuízos para a sua saúde.
Atenção, este conteúdo é meramente informativo!
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado a fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e a acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.
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Referências
- https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/c%C3%A2ncer-do-sistema-reprodutor-feminino/c%C3%A2ncer-do-colo-do-%C3%BAtero – acessado em 05/01/2021;
- http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/990-cancer-do-colo-de-utero – acessado em 05/01/2021;
- https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero – acessado em 05/01/2021;
- http://www.oncoguia.org.br/conteudo/guia-detalhado/2922/128/ – acessado em 05/01/2021.
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.