O diabetes acontece quando a taxa de glicose no sangue, também conhecida como “açúcar no sangue”, está muito alta. Existem alguns tipos de diabetes, mas os principais são o diabetes tipo 1 – que é hereditário, ou seja, é transmitido entre gerações e pode se manifestar em qualquer idade – e o diabetes tipo 2, que é desenvolvida devido a hábitos de vida pouco saudáveis e obesidade, além do componente genético.
Além deles, há o diabetes gestacional, que acontece temporariamente durante a gravidez, e outros tipos menos comuns: o diabetes monogênico, que é uma forma hereditária da doença, e o diabetes relacionado com a fibrose cística, uma doença que afeta principalmente os pulmões e o pâncreas. Existe ainda um quadro clínico chamado de pré-diabetes, no qual o valor de glicose no sangue está muito mais alto que o normal, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes.
Quais são as causas do diabetes?
Diabetes tipo 1 – ocorre quando o sistema imunológico ataca por engano as estruturas do pâncreas que produzem insulina, hormônio que faz com que as células consigam absorver a glicose para utilizá-la como fonte de energia. Então, pouca ou nenhuma insulina é liberada, fazendo com que a glicose produzida após a ingestão de comidas e bebidas fique no sangue em vez de ser usada pelas células. As causas desse mau funcionamento do sistema imunológico ainda são desconhecidas.
Diabetes tipo 2 – surge quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina produzida ou não produz quantidade suficiente para controlar a glicemia, que é a taxa de glicose no sangue. Este tipo pode ser desenvolvido em qualquer idade, até na infância, e está diretamente associado ao sobrepeso, sedentarismo, hipertensão, triglicerídeos elevados e maus hábitos alimentares.
Qual é a incidência de diabetes?
Cerca de 6,9% da população mundial vive com diabetes. O número de casos tem crescido ao longo dos anos e a maior parte deles, em torno de 90%, é de diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1 atinge entre 5 a 10% das pessoas e, geralmente, aparece em crianças e adolescentes.
Existem fatores de risco para diabetes?
No caso do diabetes tipo 1, o risco aumenta se houver um parente próximo com a doença. Para o diabetes tipo 2, os fatores de risco são os seguintes:
- Histórico familiar de diabetes;
- Idade superior a 45 anos;
- Sobrepeso ou obesidade, principalmente quando a gordura está concentrada na região da cintura;
- Estilo de vida sedentário;
- Parir bebê com mais de 4kg;
- Pré-diabetes;
- Pressão alta;
- Colesterol alto;
- Doença cardiovascular;
- Doenças renais crônicas;
- Síndrome do ovário policístico;
- Distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar;
- Apneia do sono;
- Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides, um tipo de esteroide que age como anti-inflamatório.
Quais são os sinais e sintomas do diabetes?
Os pacientes com qualquer tipo de diabetes sentem fome e sede constante e vontade de urinar várias vezes ao dia. Mas existem sinais e sintomas de diabetes que são específicos de cada tipo:
Diabetes tipo 1 – perda de peso, fadiga, fraqueza, náusea, vômito, mudanças de humor.
Diabetes tipo 2 – formigamento nos pés e nas mãos, visão embaçada, feridas com cicatrização lenta, infecções frequentes na bexiga, rins e pele.
Ter um ou mais dos sinais e sintomas de diabetes listados, não significa que a pessoa tem a doença, mas sim que é necessário procurar um médico o quanto antes para ele investigar a causa e prescrever o tratamento adequado para o caso.
Como é feito o diagnóstico do diabetes?
Exame de sangue – geralmente é feita a coleta de sangue após o paciente passar oito horas em jejum. Caso seja identificada uma alteração na glicemia, são realizados testes mais aprofundados.
Teste de hemoglobina A1C – é utilizado tanto para o diagnóstico quanto para fazer o controle glicêmico da pessoa com diabetes.
Teste oral (curva glicêmica) – embora não seja um teste usado rotineiramente, mede a glicose no sangue em dois momentos diferentes, sendo o primeiro após oito horas de jejum e o segundo duas horas depois de tomar um líquido com glicose.
Quais são os tratamentos do diabetes?
Injeções de insulina – pacientes com diabetes tipo 1 precisam de doses diárias de insulina para manterem a glicose em níveis normais pelo resto da vida. É aconselhável ter um glicosímetro ou sensor de glicose, que são aparelhos capazes de medir a concentração exata da substância.
Medicamentos – para quem tem diabetes tipo 2, o médico pode ser receitar medicamentos para controlar a doença, conforme a necessidade de cada caso.
Peso – para quem está com sobrepeso ou obesidade, o médico pode indicar que é necessário reduzir o peso, pois isso ajuda no controle da doença.
Fumo e álcool – pessoas com diabetes devem parar de fumar e de tomar bebidas alcoólicas.
Alimentação – uma dieta equilibrada faz parte do tratamento de qualquer tipo de diabetes. É necessário seguir rigorosamente as recomendações médicas, evitando, principalmente, os alimentos com índice glicêmico alto, como doces e massas feitas com farinha branca, e respeitar os horários das refeições.
Exercício físico – a prática regular ajuda a baixar as taxas de glicemia, a reduzir o peso, a gordura abdominal e a pressão arterial, além de melhorar os níveis de colesterol. Mas, antes de começar a fazer qualquer tipo de exercício físico, o médico deve avaliar se há algum impedimento e quais são os mais indicados para a pessoa.
Como prevenir o diabetes?
Até hoje, não há como prevenir o diabetes tipo 1. Mas, em relação ao diabetes tipo 2, além de visitar regularmente o médico e fazer os exames de rotina para avaliar a saúde, a adoção de hábitos saudáveis de vida ajuda a prevenir a doença:
- Alimentação – comer verduras, legumes e frutas diariamente e diminuir o consumo de sal, açúcar e gorduras;
- Exercícios – praticar exercícios físicos regularmente seguindo a orientação médica;
- Tabagismo – parar de fumar;
- Peso – manter o peso dentro dos valores indicados pelo médico.
Somente um médico pode diagnosticar um problema de saúde e indicar o melhor tratamento para cada caso. Nunca tome medicamentos por conta própria, mesmo que tenham sido recomendados por alguém com problema que você ache parecido com o seu. Eles podem disfarçar os sinais e sintomas dificultando o diagnóstico e até agravar o problema de saúde e criar novos.
Agende consulta com especialista em endocrinologia
Conteúdo produzido com apoio do Dr. Marcio Krakauer, médico endocrinologista do Grupo Leforte.
Obesidade atinge cada vez mais crianças
O perigo das dietas por conta própria
Sedentarismo: Porque é tão importante se movimentar
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.