A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, que causa lesões no sistema nervoso central. Ela lesiona a camada que protege os nervos, chamada bainha de mielina. Essa lesão provoca surtos que influenciam diretamente na comunicação entre o sistema nervoso e outras áreas do corpo, levando a dificuldades motoras, sensitivas e cognitivas.
Quais são as causas da esclerose múltipla?
As causas da esclerose múltipla ainda não são totalmente conhecidas. O que se sabe é que, de alguma forma, o sistema imunológico da pessoa com esclerose múltipla passa a confundir células saudáveis com invasoras. É possível que a combinação de fatores genéticos, geográficos e de alguns hábitos prejudiciais possam influenciar no desenvolvimento da doença.
Qual é a incidência da esclerose múltipla?
Cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo apresentam esclerose múltipla e 35 mil delas estão no Brasil. A doença pode se manifestar a qualquer momento entre os 15 e 60 anos de idade, sendo mais comum entre os 20 e 40 anos.
Quais são os fatores de risco para a esclerose múltipla?
- Fatores genéticos – pessoas que têm familiares com esclerose múltipla possuem mais chances de terem a doença. Entre irmãos, quando um deles já desenvolveu a doença, a probabilidade do outro ter esclerose múltipla é de 2% a 5%;
- Ambientais e geográficos – a esclerose múltipla é mais recorrente em pessoas que vivem em países mais distantes da linha do Equador, onde há menor exposição solar;
- Idade – o risco de ter esclerose múltipla é mais alto em pessoas entre os 20 e 50 anos;
- Sexo – a esclerose múltipla é mais comum em mulheres, sendo pelo menos duas a três vezes mais recorrente, principalmente em mulheres acima dos 50 anos;
- Etnia – a esclerose múltipla é mais comum entre pessoas caucasianas;
- Fumar – aumenta o risco de uma pessoa desenvolver esclerose múltipla, além de estar ligado a formas de progressão mais rápida da doença;
- Obesidade na infância e adolescência – pode aumentar a chance de desenvolvimento da doença na idade adulta;
- Baixos níveis de vitamina D – ela influencia o nosso sistema imunológico. Baixos níveis desse hormônio podem contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla.
Quais são os sinais e sintomas da esclerose múltipla?
Os primeiros sinais e sintomas da esclerose múltipla surgem, normalmente, entre os 20 e 40 anos. Alguns deles podem desaparecer e voltar em outro momento da vida, enquanto outros persistem.
Nem todas as pessoas apresentam as mesmas manifestações pois elas dependem dos nervos que foram afetados pelo desenvolvimento da doença. Contudo, os sinais e sintomas da esclerose múltipla mais comuns são:
- Fadiga;
- Sensação de esgotamento físico e mental;
- Espasmos musculares;
- Dores nos quadris, pernas e braços, principalmente após ficar parado por algum tempo;
- Dor facial;
- Alterações da fala, como voz trêmula, fraca ou fala arrastada;
- Dificuldades cognitivas, como difícil compreensão, perda de memória e falta de atenção;
- Transtornos visuais, como visão embaçada e dupla. Em alguns casos pode ocorrer perda de visão temporária;
- Alterações da capacidade motora, como perda de equilíbrio, dificuldade para engolir, instabilidade ao caminhar, tremores, falta de coordenação e fraqueza muscular;
- Intolerância ao calor;
- Depressão ou sentimentos de angústia;
- Dormência, ardor e sensação de “alfinetadas” na pele;
- Alterações na bexiga e intestino, como vontade constante e sensação de urgência, dificuldade em esvaziar completamente a bexiga e prisão de ventre. Pode acontecer incontinência urinária e/ou fecal;
- Secura vaginal e problemas de ereção.
Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla?
O diagnóstico da esclerose múltipla é feito por um médico neurologista com base nos sintomas físicos e exames complementares. Ele pode solicitar exames como:
- Ressonância magnética, para verificar inflamações no sistema nervoso central;
- Punção lombar, para análise do liquor da medula espinhal;
- Exames laboratoriais de sangue e urina.
Quais os tratamentos para a esclerose múltipla?
A esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento se concentra em diminuir a progressão da doença e controlar os sintomas. Atualmente existem os tratamentos farmacológicos, as terapias reabilitadoras e, em alguns casos, o transplante de células-tronco.
Medicamentos – são utilizados para reduzir sintomas e avanços da doença. Lembrando que os medicamentos devem ser indicados por um neurologista que analisará o caso.
Reabilitação – é essencial para reduzir espasmos, fadiga, depressão, entre outros sintomas. A neuroreabilitação colabora para a prevenção a longo prazo de complicações causadas pela doença. Entre as terapias indicadas estão: psicologia, neuropsicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, entre outras.
Como prevenir a esclerose múltipla?
Apesar das causas da esclerose múltipla não serem conhecidas, alguns hábitos saudáveis podem diminuir o risco do desenvolvimento da esclerose múltipla:
- Não fumar;
- Manter o peso adequado, principalmente na infância e adolescência;
- Manter níveis adequados de vitamina D;
É importante ir ao médico regularmente e estar atento aos sintomas comuns da esclerose múltipla. A identificação precoce permite tratamentos mais efetivos em retardar a progressão da doença.
Somente um médico pode diagnosticar um problema de saúde e indicar o melhor tratamento para cada caso. Nunca tome medicamentos por conta própria, mesmo que tenham sido recomendados por alguém com problema que você ache parecido com o seu. Eles podem disfarçar os sinais e sintomas da esclerose múltipla dificultando o diagnóstico e até agravar o problema de saúde e criar novos.
Agende consulta com especialista em neurologia
Conteúdo produzido com apoio do Dr. Rogerio Aires, médico neurologista no Hospital Leforte Liberdade.
https://www.leforte.com.br/25-de-maio-dia-internacional-da-tireoide/
https://www.leforte.com.br/fibromialgia-provoca-dor-generalizada-e-ate-sintomas-psiquiatricos/
https://www.leforte.com.br/artrose/
https://www.leforte.com.br/saude-da-mulher-a-cada-fase-o-seu-cuidado/
Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.