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Saúde mental: comece o ano cuidando dela

Saúde mental: você consegue diferenciar um momento de tristeza ou estresse de um quadro de depressão ou de ansiedade? São doenças e precisam de tratamento.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 06/01/2020

“A mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”

Saúde mental. É o trânsito caótico, aquele ambiente de trabalho extremamente competitivo, os boletos para pagar, o relacionamento que não vai bem, uma doença em família… Todo mundo sabe que não faltam motivos para justificar dias estressantes, com picos de muita irritabilidade. Nesse contexto, não é fácil manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo, como diz a música de Valter Franco.

Entretanto, existem situações em que a falta de vontade de sair da cama para enfrentar a rotina e seus problemas é uma doença. E, como tal, dificilmente sara sozinha.

Mas como saber diferenciar a sensação de cansaço do esgotamento, tristeza, frustração ou depressão?

Contudo, em pleno século 21, ainda existem estigmas relacionados à saúde mental. É essencial derrubar esses preconceitos e buscar ajuda de um especialista.

“Se há sofrimento, ainda que sem explicação palpável, é muito importante buscar ajuda”, diz a psiquiatra Ana Carolina dos Santos Ramos, do Grupo Leforte.

Ela reconhece que os sintomas e as doenças de origem psiquiátrica ainda são negligenciados e cercados de tabus. Por isso, ressalta a importância do Janeiro Branco, uma iniciativa criada há cinco anos para estimular os cuidados com a saúde mental. E essa reflexão, logo em janeiro, se dá porque ainda estamos fazendo o balanço do ano anterior.

“Infelizmente, ainda existem profissionais da saúde que não admitem que a saúde mental é inerente ao ser humano. E que o cuidado globalizado nunca será completo se o cuidado com a mente, com as relações interpessoais e com o comportamento não estiverem incluídos nesse pacote”, afirma.

Brasil é campeão de estresse e de ansiedade na América Latina

No mundo, 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem de depressão. É um dos transtornos mentais mais frequentes, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Se não tratada, a depressão pode ter sérias consequências, levando até mesmo ao suicídio. Associada a ela está ainda a ansiedade, com diversas manifestações.

No Brasil, país com mais pessoas ansiosas e estressadas da América Latina, de acordo com a OMS, os números preocupam, até porque seguem uma linha ascendente. Nos últimos dez anos, aumentou em quase 20% o contingente de depressivos no país. A doença atinge mais de 6% dos brasileiros; e o número de ansiosos corresponde a 9% da população.

Antes de tudo, é preciso estar atento a todo esse sofrimento, que compromete a saúde mental. Não se trata de fraqueza de caráter, como muitos imaginam, ou de falta de força de vontade. Daí a importância do Janeiro Branco, que busca difundir informação a respeito dos cuidados com a saúde psicológica. Propõe ainda desmitificar as doenças e propagar informação adequada sobre medidas preventivas e tratamentos. Afinal, ter uma doença psiquiátrica não é motivo de vergonha alguma.

Muitos distúrbios acabam por ganhar denominações diferenciadas dentro do espectro da depressão e da ansiedade. Isso ocorre por conta de suas especificidades. Um desses distúrbios é a chamada Síndrome de Burnout, conjunto de sintomas associados ao esgotamento físico e mental intenso. Portanto, está fortemente vinculada à vida profissional.

Ambientes extremamente competitivos tendem a gerar pessoas com esse diagnóstico. Seus principais sintomas são irritação e cansaço profundo. E traz consequências físicas, como dor de barriga, dor de cabeça, tontura, sentimentos de derrota e de incompetência, entre outros.

Síndrome de Burnout: esgotamento mental e físico

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Ninguém está livre de ter problemas de ordem mental

A Síndrome de Burnout acomete adultos em fase produtiva e pode ser explicada pelas cobranças intensas do mundo corporativo. Mas não apenas quem está exposto a esse meio pode ter distúrbios psiquiátricos.

Ana Carolina afirma que, para prevenir problemas psicológicos, o melhor sempre é expressar o que está sentindo, bem como quem se queixa de uma dor e vai em busca de um remédio para aliviá-la. Isso ajuda a manter nossa saúde mental.

“Hoje, no Brasil e no mundo, as pessoas estão a cada dia sendo menos ouvidas. Isso adoece a todos”, garante. Ela ressalta que o ser humano certamente tem problemas. Porém, a forma como cada um se relaciona com esses conflitos faz com que pessoas tenham mais ou menos capacidade de enfrentar obstáculos.

“É preciso saber o que se perde e o que se ganha em qualquer relação que se construa. Ajustar nossas expectativas à realidade, bom como aprender a lidar com nossas habilidades, é o que nos manterá ou não saudáveis mentalmente. Nesse sentido, sabendo se adequar às situações, apesar dos contratempos e adversidades”, diz Ana Carolina.

Os problemas de ordem psíquica mais comuns provêm da falta de autoconhecimento. “Isto é, há dificuldade em dizer o que se está sentindo, em verbalizar esse mal-estar”, afirma a especialista.

Todos os problemas têm tratamento, muitas vezes conciliando abordagens medicamentosas com terapia. “O Janeiro Branco está aí exatamente para nos lembrar que todos podemos adoecer psiquicamente. No entanto, reforça que podemos cuidar para que isso não ocorra, ouvindo nosso próprio corpo e as queixas de outras pessoas”, finaliza.

Ainda assim, se a doença insista em vencer, há como enfrentá-la. Não se pode desistir.

Em todas as fases da vida estamos sujeitos ao sofrimento

Evandro Salgado, pediatra do Grupo Leforte, afirma que uma em cada cinco crianças tem algum problema psiquiátrico. Entre esses, 80% são decorrentes de estresse. “No geral, são crianças com excesso de atividades, com muitas cobranças, que brincam pouco. É preciso resgatar o ato de brincar e reduzir o tempo que uma criança fica na tela (tablet, computador, celular). Deve se de 1 hora por dia no máximo”, orienta.

O ato de brincar estimula a criatividade e ajuda a construir o caráter e a personalidade da criança. Além disso, contribui para a formação cerebral do indivíduo. “Quando tiramos uma criança das brincadeiras, estamos privando-a de benefícios futuros, inclusive no âmbito profissional”, alerta. Brincar é um bom início para a fortalecimento da saúde mental na fase adulta.

Segundo o pediatra, para crescer mentalmente saudável, a criança precisa viver em um ambiente o mais livre de estresse possível desde o seu nascimento. “Uma casa em que os pais brigam com frequência, onde não há tranquilidade, irá impactar na vida futura dessa criança, certamente.”

O estresse contribui para aumentar o nível de várias substâncias no organismo, entre essas um hormônio chamado cortisol. O pediatra explica que, quando o cortisol está alto, de acordo com uma série de estudos já realizados, interfere na formação neurológica da criança. Daí a necessidade de protegê-la do estresse desde bebê, se possível.

Vale ressaltar ainda que situações de estresse prolongado, de ansiedade e de depressão irão também impactar a saúde mental na longevidade. Alguns transtornos de memória que acometem idosos comprovadamente têm relação com situações de muito estresse e de depressão ocorridas anos antes.

A brincadeira é essencial na infância. Ajuda inclusive na formação cognitiva e emocional da criança

Primeiros socorros em crianças: você sabe o que fazer na hora da urgência? Assista aqui.

Sintomas de que a saúde mental não anda bem:

– Sonolência excessiva ou falta de sono e dificuldade para dormir

– Fome exagerada ou falta de apetite

– Tristeza sem motivo aparente

– Cansaço que não passa

– Falta de ar

– Palpitação

– Irritabilidade

– Sensação de inutilidade e/ou incompetência

Como prevenir:

– Evite ambientes estressantes em todas as fases da vida

– Busque manter atividades prazerosas, como um esporte ou um hobby

– Não negligencie os horários de descanso e de lazer. Eles devem ser tão importantes quanto o de trabalho

– Aprenda a ouvir seu corpo. Perceba quando se está extremamente irritado, intolerante, com baixa autoestima e com pensamentos negativos. Talvez seja hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra

– Em crianças e adolescentes, fique atento a mudanças de comportamento ou a atitudes que fujam ao padrão esperado para a idade

– Não despreze sintomas e comportamentos dos outros. Dê ouvidos às queixas. Assim como você, todo mundo quer ser ouvido e essa atitude pode salvar vidas

Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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