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Cirurgias plásticas reparadoras ajudam pacientes a retomar qualidade de vida após tratamento de câncer

As cirurgias plásticas reparadoras não trazem apenas benefícios estéticos, mas devolvem a qualidade de vida ao paciente. Saiba mais no site do Grupo Leforte.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 02/02/2022

Ao se ouvir falar em cirurgias plásticas, muitas pessoas associam logo questões estéticas, o que, de fato, faz parte da especialidade médica. Porém, as técnicas usadas por essa área da medicina também são responsáveis pela reabilitação de pacientes que tiveram órgãos e tecidos lesionados e perderam funções, como casos de pessoas que passaram por cirurgias oncológicas. Para tirar as dúvidas sobre as cirurgias plásticas reparadoras e explicar a importância, o Grupo Leforte entrevistou o cirurgião plástico Dr. Gustavo Monteiro, responsável pelas cirurgias plásticas reparadoras no Hospital Leforte Liberdade.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – O que são cirurgias plásticas reparadoras e quando são recomendadas?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – O termo cirurgias plásticas reparadoras abrange muita coisa na área da cirurgia plástica, desde reconstruções oncológicas até reparações pós traumas ou grandes perdas de peso. Nas cirurgias plásticas reparadoras nós utilizamos técnicas da cirurgia plástica para melhorar a funcionalidade do paciente, sem deixar de lado a parte estética.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – A cirurgia reparadora está ligada apenas a aspectos estéticos?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – Não, de forma alguma. Apesar de ter benefícios estéticos, a cirurgia reparadora, na verdade, tem como objetivo devolver a função de um órgão ou tecido lesionado por um tumor ou qualquer outro motivo ao paciente.

Por exemplo, se uma pessoa tem um câncer de boca e perde parcialmente o lábio, ela vai ter dificuldade para falar, ingerir líquidos. Se fazemos uma cirurgia reparadora e reconstruímos parcialmente ou totalmente o lábio, devolvemos a esse paciente essas funções para que ele tenha qualidade de vida.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Quais são as principais cirurgias reparadoras? Quais as mais comuns no Brasil?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – Algumas das cirurgias reparadoras mais comuns são reconstruções oncológicas após a retirada de alguns tipos de tumores:

Câncer de pele – sobretudo em pessoas com pele clara. Quanto mais clara a pele do paciente, mais chances de desenvolver o câncer de pele relacionado à radiação ultravioleta. A cirurgia reparadora para esse câncer é bem frequente na região do rosto, próximo aos olhos e nariz, com o objetivo de manter a funcionalidade e a parte estética.

Câncer de mama – a reconstrução da mama após a ressecção oncológica é a cirurgia reparadora mais comum em pacientes que precisaram retirar parte ou toda a mama. Nós contemplamos tanto a parte estética, quanto funcional, para que o paciente tenha um dia a dia o mais próximo do normal.

Câncer nos ossos e músculos – são cirurgias reparadoras menos comuns, mas necessárias quando é preciso retirar um membro ou parte dele em decorrência de um tumor que atingiu músculos ou ossos. Nós realizamos a cirurgia plástica para diminuir ao máximo as sequelas no paciente.

 Além das reconstruções oncológicas, é bem frequente em nosso meio as cirurgias plásticas reparadoras para reconstrução de lábio leporino, que é a fenda labial ou fenda palatina (do céu da boca). Além da parte estética, a cirurgia melhora funções essenciais, como a da fala, alimentação e deglutição.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Como a cirurgia reparadora traz benefícios ao tratamento do câncer?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – Falando dos principais tipos de câncer que vemos nos ambulatórios e hospitais, como o câncer de pele, por exemplo, é necessário retirar uma margem maior que a do próprio tumor durante a cirurgia de ressecção, gerando uma lesão profunda. Isso é feito para evitar a recidiva do câncer. Ao se tratar de lesões em regiões como rosto, próximas de olhos, nariz e boca, o impacto causado no paciente é muito grande.

Então, nós usamos as técnicas da cirurgia plástica para melhorar a qualidade do resultado em relação a função – ou seja, se o paciente tem um tumor no nariz, ele não vai parar de respirar; se ele tiver uma lesão na pálpebra, ele não vai perder a visão; se tiver uma lesão na boca, será possível falar e se alimentar normalmente.

Outro exemplo comum é o câncer de mama, em que em vários casos é necessário retirar grande parte ou toda a mama durante o tratamento. Ao fazer a cirurgia de reconstrução, devolvemos muito a qualidade de vida do paciente, principalmente em aspectos relacionados à autoestima e bem-estar emocional.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Como é feita a cirurgia plástica reparadora para o câncer de pele?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – Cada tipo de câncer de pele necessita uma abordagem específica, de acordo com cada paciente. Mas, de modo geral, nós utilizamos técnicas chamadas de retalhos ou enxertos de pele em que usamos tecidos do próprio paciente para suprir a área retirada na cirurgia de ressecção do câncer.

Então retiramos uma lesão profunda – que, se fossemos apenas dar pontos, ficaria com uma deformidade e perda de função local – e fazemos alguns cortes laterais, sobrepondo tecidos ou retirando pele de algum outro lugar, para cobrir essa lesão. Como consequência, temos menos retração e alteração da coloração da pele e um resultado estético e funcional melhor.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Em qual momento a cirurgia reparadora pode ser realizada? Ela é feita ao mesmo tempo que a cirurgia de ressecção do câncer?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – A cirurgia reparadora pode ser feita ao mesmo tempo ou realizada de forma tardia, dependendo do caso do paciente. Em algumas situações, é necessário esperar o resultado da biópsia do tumor para determinar a melhor proposta de reconstrução. Mas, na maioria das vezes, tentamos fazer a cirurgia reparadora ao mesmo tempo que a ressecção para que o paciente tenha qualidade de vida o mais rápido possível.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Como é a recuperação das cirurgias reparadoras? Quais os cuidados pós-operatórios?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – De modo geral, a recuperação é tranquila. Na primeira semana de pós-operatório, o paciente é afastado do trabalho e das atividades cotidianas e, a partir da segunda semana, quando retiramos os pontos na consulta de retorno no ambulatório, começamos a liberar gradualmente algumas tarefas de rotina. Após um mês, a pessoa está praticamente livre para realizar qualquer atividade, com exceção de exercícios físicos mais intensos. Para praticá-los, é preciso esperar ao menos dois meses.

CIRURGIAS PLÁSTICAS REPARADORAS – Como é a cicatrização e quais são os resultados esperados?

DR. GUSTAVO MONTEIRO – A cirurgia reparadora tem a mesma evolução que uma cirurgia estética. Nós temos que respeitar as fases de cicatrização, então, da primeira à terceira semana após a cirurgia é necessário ter um cuidado maior, pois a cicatriz está muito imatura e qualquer trauma ou pressão local pode fazer com que os pontos de abram.

Em relação aos resultados esperados, é muito importante a gente conversar com o paciente antes da cirurgia reparadora, explicar as possibilidades de resultados, entender quais são as expectativas e o que é possível atingir com o procedimento. Com as expectativas alinhadas com a realidade, os pacientes ficam bem satisfeitos com os resultados finais.

O Dr. Gustavo Gomes Ribeiro Monteiro é cirurgião plástico formado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cirurgião plástico assistente do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Grupo Leforte, onde é responsável pelas cirurgias plásticas reparadoras no Hospital Leforte Liberdade. Atende às quartas-feiras na Clínica e Diagnósticos Leforte Liberdade.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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