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Como prevenir e controlar a hipertensão arterial?

Veja, no site do Grupo Leforte, os riscos que a hipertensão arterial traz para a saúde, os tipos existentes e como prevenir e tratar.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 26/04/2021

26 de abril é o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, que foi criado para conscientizar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce ou do tratamento da doença que, na maioria das vezes, não provoca sintomas. Para falar sobre o assunto, os riscos que a hipertensão traz para a saúde e como ela pode ser prevenida e tratada, o Grupo Leforte convidou o Dr. Luiz Carneiro, que é médico cardiologista da unidade Clínica e Diagnósticos Leforte Alphaville.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – O que é a hipertensão arterial?

DR. LUIZ CARNEIRO – a hipertensão arterial é uma doença crônica, que pode ter várias causas. Ela é caracterizada por níveis persistentes de pressão arterial sistólica igual ou acima de 140 mmHg e/ou de pressão arterial diastólica igual ou acima de 90 mmHg. Ela é um importante fator de risco, pois ocasiona anormalidades cardiovasculares e metabólicas que provocam alterações no funcionamento e na estrutura de vários órgãos, principalmente cérebro, coração, rins e vasos periféricos.

Em relação aos resultados que caracterizam a hipertensão arterial, é necessário que eles sejam obtidos por meio de medição feita com técnica correta em duas ocasiões diferentes, sem que o paciente esteja usando medicamento anti-hipertensivo. Quando possível, é aconselhável que a validação desses resultados seja feita fora do consultório, com a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou com a automedida da pressão arterial (AMPA).

HIPERTENSÃO ARTERIAL – A hipertensão arterial é mais comum em alguma faixa etária?

DR. LUIZ CARNEIRO – os dados de prevalência no Brasil mostram que 20 a 30% dos adultos em geral são hipertensos. Mas, essa porcentagem se eleva com a idade. Tanto que foi constatada a ocorrência de hipertensão em 71,7% das pessoas aos 70 anos. Além disso, nos idosos houve um aumento da frequência de hipertensão sistólica devido ao enrijecimento e diminuição da complacência das artérias (o quanto um vaso pode acomodar de volume dependendo do aumento da pressão).

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Pessoas de um algum sexo ou etnia são mais propensas à hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – Nas faixas etárias mais jovens, a hipertensão é mais prevalente em homens. Com o passar dos anos, esta relação vai se invertendo. Sendo que, aos 60 anos, além de a hipertensão ser mais elevada, ela é mais frequente em mulheres. Com relação à etnia, as diferenças que ocorrem são devidas, principalmente, às condições socioeconômicas e hábitos de vida.

Dados da Vigitel 2018 (vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico do Ministério da Saúde) mostraram que não existe diferença na ocorrência de hipertensão entre brancos e negros. Mas vale ressaltar que, na minha experiência pessoal, a população negra responde menos ao tratamento.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Quais são os diferentes tipos de hipertensão, as características e as causas deles?

DR. LUIZ CARNEIRO – a hipertensão arterial é classificada em primária e secundária. A primária representa 90% dos casos e não há uma causa orgânica conhecida para ela. Já a secundária corresponde a 10% dos casos e a causa é alguma patologia, como feocromocitoma (tumor que pode ocorrer nas glândulas adrenais), hiperaldosteronismo primário (tumores de suprarrenal), coartação da aorta (estreitamento do vaso), hipertensão renovascular (estenose de artéria renal), doença renal crônica, síndrome de Cushing etc.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Existe outra classificação de hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – sim, existe uma classificação com base nos graus de hipertensão e é importante para orientar o início do tratamento. Dessa forma, temos:

  • Normal – pressão arterial sistólica menor que 120 e a diastólica menor que 80;
  • Pré-hipertensão – sistólica de 120 a 139 e diastólica de 80 a 89;
  • Hipertensão em estágio I – sistólica de 140 a 159 e diastólica de 90 a 99;
  • Hipertensão em estágio II – sistólica igual ou maior que 160 e diastólica igual ou maior que 100.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Quantas pessoas são hipertensas no Brasil e, em relação a esse número, qual o percentual com cada tipo de hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – de acordo com estimativas utilizando vários métodos, como aferição da pressão artéria ou perguntas sobre a existência ou não de hipertensão, cerca de 20 a 30% dos brasileiros são hipertensos. Calcula-se que 90% dos hipertensos sejam portadores de hipertensão primária e 10%, no máximo, de hipertensão secundária. Esses números variam, pois dependem da maior ou menor possibilidade de investigação complementar de cada região do País.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Quais são os fatores de risco para hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – Além do fator genético, que é muito importante, podemos citar: obesidade, tabagismo, sedentarismo, medicamentos (descongestionantes nasais, anti-inflamatórios, antidepressivos etc.), alcoolismo.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Especificamente em relação à alimentação, quais tipos de alimentos podem desencadear pressão alta?

DR. LUIZ CARNEIRO – a principal recomendação para o paciente hipertenso é diminuir a ingestão de sal, pois sabe-se que o consumo acima de 2 g por dia acarreta a elevação dos níveis de pressão. De maneira inversa, a ingestão de potássio promove a diminuição da pressão arterial, principalmente em negros e em indivíduos que ingerem quantidades elevadas de sal.

Nos pacientes obesos ou com sobrepeso, a recomendação é diminuir a ingestão de carboidratos. Isso porque, com a perda de peso, decrescem os níveis de pressão.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Bebidas alcoólica podem desencadear hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – Sim. Comprovadamente, a ingestão de bebidas alcoólicas na quantidade de 30 g de álcool por dia acarreta a elevação da pressão arterial. Isto corresponde a uma garrafa de cerveja, ou duas taças de vinho, ou uma dose de destilado.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – A ingestão de açúcar atrapalha o controle da pressão arterial?

DR. LUIZ CARNEIRO – pode atrapalhar em pacientes obesos ou com sobrepeso.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Quais são os sinais e sintomas que a hipertensão pode provocar?

DR. LUIZ CARNEIRO – a hipertensão arterial primária, na maioria das vezes, é assintomática. A cefaleia que acompanha a hipertensão é de outra causa geralmente, como tensão emocional ou radiculopatia cervical (quando uma raiz nervosa na coluna cervical inflama ou é danificada). Porém, níveis muito elevados de pressão arterial, bem como as emergências hipertensivas, podem ocorrer com cefaleia. Na hipertensão secundária devida em decorrência de feocromocitoma, é comum a ocorrência de crises de cefaleia, com palidez e taquicardia.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Como é feito o tratamento da hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – de maneira geral, todo hipertenso deve ser orientado para mudanças no estilo de vida, ou seja: dieta pobre em sal, carboidratos e gorduras saturadas, além de atividade física regular.

O tratamento medicamentoso deve ser iniciado em pacientes no estágio I, podendo ser utilizados diuréticos, inibidores de ECA (IECA), betabloqueadores, bloqueadores de cálcio ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA). Em caso de não resposta à monoterapia, recorre-se a associações de medicamentos.

Em pacientes no estágio II, o tratamento já se inicia com a associação de medicamentos. Pacientes com outros fatores de risco (obesidade, diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo) devem ser tratados com mais rigor. Na hipertensão secundaria, não havendo resposta aos anti-hipertensivos, deve-se, sempre que possível, tratar a doença que motivou a hipertensão.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – praticar exercícios físicos regularmente ajuda na prevenção e no controle da hipertensão?

DR. LUIZ CARNEIRO – já está comprovado que a atividade física regular diminui os níveis de pressão arterial, além de diminuir a mortalidade. É recomendável a realização do teste ergométrico antes do início da atividade física para avaliar o comportamento da pressão arterial com exercício, a presença ou não de coronariopatia e a intensidade do exercício a ser recomendada para o paciente.

HIPERTENSÃO ARTERIAL – Existe dificuldade para o hipertenso aderir ao tratamento?

DR. LUIZ CARNEIRO – sim, principalmente pacientes isentos de outros fatores de risco. Como eles são assintomáticos, mostram resistência a utilizar diariamente uma medicação, por vezes onerosa e que, pode ocasionar efeitos colaterais, embora eles sejam raros.

Cabe ao médico explicar os malefícios da hipertensão em médio e longo prazo, que pode promover a ocorrência de AVC, infarto do miocárdio e aumento da mortalidade. Existem alguns poucos medicamentos incluídos em programas do Governo que são oferecidos com gratuidade, o que ameniza a dificuldade financeira.

O Dr Luiz Carneiro é médico cardiologista e atende na Clínica e Diagnósticos Leforte Alphaville, às terças e quartas-feiras no período da tarde. Informações: (11) 3345-2288.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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