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Silenciosas, hepatites virais podem evoluir para quadros graves

Veja, no site do Leforte, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento de hepatites virais, que milhares de brasileiros têm sem saber.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 08/08/2022

As hepatites virais são infecções que atingem o fígado. Como não causam sintomas na fase inicial na maioria das vezes, muitas pessoas só são diagnosticadas quando apresentam complicações, como cirrose e câncer de fígado. Por isso, é essencial fazer exames regulares para ser diagnosticado precocemente e iniciar o tratamento, além de seguir as medidas de prevenção, incluindo vacinas para alguns tipos de vírus de hepatite. Para falar sobre o assunto, o Leforte convidou o médico infectologista Dr. Ivan Marinho.

O que é hepatite viral?

DR. IVAN MARINHO – é uma doença inflamatória do fígado, que pode ser causada por diferentes tipos de vírus. Os mais relevantes são os tipos A, B, C, D e E. Porém, no Brasil, os mais comuns são os tipos A, B e C. Mas, é importante saber que hepatite pode ter diversas outras causas além de vírus, como doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas, produtos químicos como álcool, drogas e medicamentos.

Quais são as características dos tipos de hepatites virais?

DR. IVAN MARINHO – as características dos tipos de hepatites virais mais relevantes são as seguintes:

Hepatite A – apresenta grande incidência mundial e, no Brasil, é prevalente nas regiões norte e nordeste. Normalmente assintomática, tem baixa mortalidade e é autolimitada (duração limitada). Ela é a mais frequente em locais onde o saneamento básico é ineficaz ou deficiente.

  • Transmissão – fecal-oral (água e alimentos contaminados);
  • Prevenção – por vacina a partir de um ano de vida até a fase adulta.

Hepatite B – tem alta incidência e evolui frequentemente para formas crônicas assintomáticas. As formas crônicas da doença, se não tratadas, evoluem invariavelmente para cirrose, câncer e óbito.

  • Transmissão – pelo contato com sangue e fluidos corporais, pela via sexual, por instrumentos perfurocortantes não esterilizados (lâmina de barbear, alicate de unha, piercing e agulhas de tatuagem), bem como transmissão vertical mãe/filho durante o parto;
  • Prevenção – por vacina altamente eficaz e segura a partir do primeiro dia de vida até a fase adulta. Outras formas de prevenção são sexo protegido, acompanhamento de pré-natal e não compartilhar instrumentos perfurocortantes.

Hepatite C – é uma doença silenciosa, estima-se que mais de 600 mil pessoas no Brasil são portadoras do vírus e não sabem. Cerca de 80% dos casos se tornam crônicos, podendo evoluir para cirrose hepática e até câncer de fígado, eventualmente com a necessidade de transplante de fígado. Os sintomas costumam aparecer 20 a 30 anos após o contágio, quando o fígado já está muito comprometido. Portanto, é muito importante a realização de exames de check-up para identificação precoce e início do tratamento adequado.

  • Transmissão – a principal forma de transmissão é pelo contato com sangue contaminado no compartilhamento de instrumentos perfurocortantes não esterilizados (lâmina de barbear, alicate de unha, piercing, agulhas de tatuagem);
  • Prevenção – não existe, até o momento, prevenção por vacinas, mas existe tratamento medicamentoso seguro e eficaz disponível pelo SUS.

Hepatite D – ocorre apenas em pessoas já infectadas pelo vírus B e funciona como fator complicador, acelerando o surgimento de sintomas e evolução para cirrose.

  • Transmissão – as formas de transmissão são as mesmas do vírus B;
  • Prevenção – a imunização para hepatite B é a principal forma de prevenir a hepatite D.

Hepatite E – muito semelhante à hepatite A. Geralmente assintomática, com baixa mortalidade e autolimitada. Normalmente benigna, mas em gestantes pode causar problemas e evoluir para forma grave da doença. Prevalência elevada nos países africanos e asiáticos, com baixa incidência no Brasil.

  • Transmissão – fecal-oral (água e alimentos contaminados);
  • Prevenção – não existe vacina para hepatite E, mas ela pode ser prevenida por bons hábitos de higiene.

De forma geral, quais são as principais medidas para prevenir as hepatites virais?

DR. IVAN MARINHO – as principais medidas preventivas são:

  • Vacinas para as hepatites A e B (vacina da hepatite B protege para o vírus D);
  • Uso de preservativos nas relações sexuais;
  • Não compartilhar instrumentos perfurocortantes como alicate, agulhas e lâminas de barbear;
  • Não ingerir água não tratada;
  • Higienizar alimentos antes do consumo;
  • Higienização das mãos antes do consumo dos alimentos.

Como diagnosticar as hepatites virais e qual a importância do diagnóstico precoce?

DR. IVAN MARINHO – a maioria das hepatites virais é assintomática. Existem muitos casos de portadores crônicos dos vírus B e C que ainda não foram diagnosticados, o que torna muito importante consultas regulares com médico para a realização de testes, bem como identificação de portadores e início do tratamento precoce, que estão relacionados ao sucesso terapêutico e cura. Existem testes laboratoriais rápidos e eficazes para detectar as hepatites.

O convívio por longo período com o vírus B e C pode ser catastrófico para a saúde humana. O diagnóstico precoce e tratamento adequado é capaz de mudar a história da doença.

Como é feito o tratamento das hepatites virais? Elas podem ser curadas?

DR. IVAN MARINHO – é importante saber que hepatite tem cura. Existe tratamento medicamentoso seguro e eficaz.

O Dr. Ivan Marinho é graduado em medicina pela Universidade Católica de Salvador. Fez residência em infectologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente, coordena o serviço de clínica médica, infectologia e medicina hiperbárica do Hospital Leforte Liberdade.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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