Dia 27 de setembro é marcado como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do ato e estimular a conversa entre familiares e amigos. No Brasil, há cerca de 45 mil pessoas na fila de espera de transplantes de órgãos, número que nunca é suprido. Para falar sobre esse assunto, o Grupo Leforte conversou com o Dr. Marcelo Perosa e Dr. Tércio Genzini, cirurgiões e coordenadores do programa de transplantes de pâncreas, fígado e rins do Hospital Leforte Liberdade.
Principais indicações dos transplantes de pâncreas, fígado e rins
A substituição de um órgão é necessária quando ele não é mais capaz de realizar as funções básicas, comprometendo o organismo como um todo. Isso se dá por diversas causas, como doenças crônicas, por exemplo.
Transplante de rins – é indicado para pacientes com falência renal, que muitas vezes já realizam diálise – procedimento que filtra as toxinas do sangue. “A maioria dos pacientes tem uma doença de base, como diabetes, hipertensão, glomeronefrites, que são doenças que levam à falência renal. São estágios avançados, que não revertem mais”, explica o Dr. Marcelo Perosa.
Transplante de fígado – é indicado para pacientes com falência hepática, a maioria por doenças crônicas, como cirrose por vírus, doença autoimune ou abuso de álcool, que comprometem o funcionamento do órgão. Outro caso é a hepatite fulminante: “acontece quando o paciente não tem doença alguma e contrai uma lesão no fígado que leva a uma falência hepática aguda. Em poucos dias, se ele não trocar o órgão, pode morrer. Isso se dá por várias causas, às vezes medicamentos que levam à toxicidade do fígado ou doenças virais”.
Transplante de pâncreas – é indicado para pacientes com diabéticos tipo 1, que apresentam complicações avançadas da doença.
Em alguns casos, o paciente precisa receber mais de um órgão. Como, por exemplo, um paciente com alguma doença crônica do fígado que também possui insuficiência renal e está em diálise. Segundo o Dr. Marcelo, a modalidade de transplante de pâncreas mais realizada no Hospital Leforte é a de pâncreas-rim, simultaneamente. “É comum que o paciente diabético tipo 1 avançado tenha falência renal, então, além do pâncreas, ele recebe também o rim para tirá-lo da diálise”.
Tipos de transplantes de órgãos e a importância da doação em vida
São dois tipos de transplantes de órgãos:
Transplante com doador falecido – ocorre depois de o médico constatar morte cerebral e deve ter autorização dos familiares do falecido.
Transplante com doador vivo – ocorre quando uma pessoa decide doar um órgão, desde que não comprometa sua própria saúde. A lei permite que parentes até quarto grau e cônjuges sejam doadores. Quando não há este grau de parentesco, é preciso autorização judicial.
O Grupo Leforte realiza transplantes de rim e fígado com doadores vivos. Segundo o Dr. Marcelo Perosa, há diferenças no pós-operatório entre os dois tipos de transplantes, principalmente no caso dos rins. “Na cirurgia com o doador vivo, o paciente que recebe o órgão se recupera muito mais rápido e é um rim que vai ter uma duração maior. Enquanto o rim de um doador falecido tem uma vida média de 10 anos, o rim de um doador vivo tem em média 16 a 18 anos”.
O doador vivo é extremamente necessário uma vez que não existem órgãos de doadores falecidos o suficiente para suprir a demanda na fila de transplantes. A cirurgia não altera a qualidade de vida da pessoa e, além das questões legais, ela precisa cumprir requisitos, como:
- Ter mais de 18 anos;
- Ter condições mentais de tomar a decisão da doação;
- Ser uma pessoa saudável, não portadora de doenças crônicas;
Antes do transplante ocorrer, são feitos exames para atestar a compatibilidade entre doador e receptor.
Cuidados com o paciente transplantado no pré e pós-operatório
O Grupo Leforte conta com uma equipe multidisciplinar no Centro de Transplantes, que envolve enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e médicos nefrologistas, hepatologistas e cirurgiões gastroenterologistas. Antes da cirurgia, os pacientes são encaminhados para o ambulatório, onde são atendidos conforme a modalidade do transplante e realizam os exames necessários.
O Dr. Tércio Genzini explica que após o transplante os pacientes devem ser observados criteriosamente: “eles deverão continuar sendo acompanhados pela equipe, que vai solicitar exames e orientar as medicações. Esse acompanhamento é feito com retornos presenciais nos primeiros 3 meses e, após este período, para pacientes sem intercorrências, ele é feito por teleconsulta, principalmente neste momento de pandemia.”
A pessoa que passa por um transplante de órgão deve tomar imunossupressores para o resto da vida, que são remédios que evitam a rejeição. Durante os primeiros meses após a cirurgia, quando a imunidade está baixa por conta da alta dose dos medicamentos, o paciente deve tomar cuidado para não se expor a aglomerações ou locais com riscos de contaminação. Depois de cerca de um ano após o transplante, quando as doses dos imunossupressores já estão mais baixas, ele pode seguir a rotina normalmente.
Centro de Grupo Leforte é referência mundial em transplante de órgãos
O Centro de Transplantes do Grupo Leforte é atualmente o maior grupo do mundo em transplantes de pâncreas e é o hospital privado com maior atividade em transplantes de fígado, pâncreas e rim no Brasil. “Temos seis enfermeiros, seis cirurgiões, cinco clínicos, 12 funcionários da área administrativa, além de um time de anestesia, terapia intensiva e equipe multidisciplinar completa, que cuidam destes pacientes no pré e pós-operatório”, conta Dr. Tércio Genzini.
Os coordenadores do Centro de Transplantes afirmam que a integração da equipe foi essencial para que a pandemia de Coronavírus não impactasse ainda mais a fila de espera de transplantes. No início da crise, entre os meses de março e abril, houve uma diminuição no número de transplantes para que o hospital organizasse os fluxos de pacientes e plano de contingência. Logo depois, as cirurgias foram retomadas.
Algumas medidas de adaptação e cuidado ao paciente que estão sendo colocadas em prática durante a pandemia são:
Consultas via telemedicina – as consultas presenciais são feitas somente em casos estritamente necessários ou em retornos pós-cirúrgicos.
Realização de tomografia do tórax – como o teste da Covid-19 demora 48 horas para ficar pronto e um órgão não pode esperar esse tempo, os pacientes pré-transplante são submetidos a uma tomografia do tórax, no momento da admissão para o transplante, para verificar se há sinais da doença. Caso haja suspeita de infecção por Coronavírus, a cirurgia é suspensa.
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