Cólica uterina pode indicar diversos problemas ginecológicos, como a endometriose

A cólica uterina, também conhecida por dismenorréia, é uma dor pélvica comum, que afeta até 60% das mulheres que menstruam. Esse tipo de dor pode acompanhar a mulher apenas durante o período menstrual, sem indicar problemas de saúde. Mas, em alguns casos, a cólica uterina é sinal de complicações ginecológicas. O Grupo Leforte convidou o Dr. Gustavo Adolpho de Oliveira, ginecologista, para falar sobre o assunto.

Quando a cólica uterina pode indicar que há algo errado?

O médico explica que há dois tipos de cólica uterina:
Dismenorreia primária – normalmente se inicia um a dois anos após a primeira menstruação. É a dor recorrente, que surge no período menstrual e não tem uma causa ou doença definida.
Dismenorreia secundária – normalmente surge após alguns anos do início da menstruação, podendo se iniciar alguns dias antes do fluxo menstrual. As causas são diversas e devem ser sempre investigadas. Geralmente é uma dor que piora ao longo dos anos ou não melhora com os tratamentos mais comuns.

Os principais problemas ginecológicos que têm a cólica como um dos sinais e sintomas são:

  • Endometriose
  • Adenomiose
  • Miomatose uterina;
  • Endometrite e Doença Inflamatória Pélvica;
  • Efeito adverso do DIU de cobre;
  • Cistos dos ovários;
  • Malformações pélvicas congênitas.

Endometriose: o que é e quais os sintomas?

A endometriose é uma doença inflamatória causada pelas células do endométrio, tecido que reveste o útero, que em vez de serem expelidas na menstruação, se voltam para o lado oposto. Dessa forma, essas células podem atingir os ovários ou cavidade abdominal e se multiplicar, voltando a sangrar.

De acordo com o Dr. Gustavo, os sintomas da endometriose normalmente estão relacionados ao local onde a doença está localizada:

Útero – “quando no útero, o principal sintoma será a cólica uterina, muitas vezes progressiva. Ela começa no período menstrual, mas com o passar do tempo pode ocorrer também a dor fora do ciclo”.
Colo do útero/fundo da vagina/final do intestino grosso – “um sintoma comum é a dor durante o ato sexual, sentida no fundo da vagina, em qualquer momento do mês, chamada de dispareunia de profundidade”.

Intestino – “pode ocorrer dor durante a defecação, chamada de disquezia, que pode ocorrer tanto no período menstrual quanto fora dele”.

Outros sintomas comuns aos casos que podem ocorrer são:

  • Alteração de fluxo menstrual;
  • Dor ao urinar;
  • Sangue durante a defecação;
  • Aumento do volume abdominal em pacientes magras.

A Infertilidade está presente em muitos casos da doença, cerca de 40% das pacientes têm dificuldade ou não conseguem engravidar naturalmente. Ela pode estar relacionada com os focos da endometriose no útero, tubas uterinas e ovários – como os cistos de endometriose, chamados endometriomas.

Tratamento da endometriose

O tratamento da endometriose é singular, pois considera os focos da doença, sintomas e expectativas gestacionais de cada mulher. Ele é dividido em hormonal e cirúrgico, como explica o Dr. Gustavo:

“Para as pacientes com doença mínima e poucos sintomas, sem alteração da fertilidade, optamos normalmente pelo tratamento hormonal. Naquelas com doença extensa, falha do tratamento hormonal, infertilidade, sintomas intensos e endometriomas, geralmente optamos pela videolaparoscopia, que é o procedimento cirúrgico minimamente invasivo”.

O médico alerta para a importância de não negligenciar a procura pelo tratamento da doença, que além da infertilidade pode causar lesões graves aos órgãos, se não tratada. No contexto da pandemia de Covid-19, em que muitas pacientes acabam optando por adiar as consultas médicas, ele cita alguns casos prioritários, que não devem ser postergados:

Pacientes com diagnóstico de lesões graves – “como as de intestino e vias urinárias, pois estas, se continuarem crescendo, podem dificultar e aumentar os riscos do tratamento cirúrgico (por exemplo, lesões intestinais maiores podem levar a perda de porções maiores do intestino em uma eventual cirurgia).”

Pacientes que querem engravidar – “adiar o tratamento pode fazê-las chegar a uma idade mais avançada, em que as taxas de sucesso de gestação são menores”.

Testemunhos

Gostaríamos de agradecer ao Dr Pierry Louys Batista, em nome de todos os pediatras, toda equipe assistencial, de atendimento, segurança, higiene e do laboratório Delboni, pois percebemos que houve a verdadeira hospitalidade que todos falam, mas poucos exercem: a de fora dos livros.

Gustavo Ambrósio Tenório

Equipe de enfermagem muito bem preparada, atenta e disponível para qualquer chamado. Muito educada e cordial também, por exemplo, sempre ao entrar no quarto os enfermeiros avisavam meu pai que a luz seria acesa, não acendendo diretamente na “cara” da pessoa, que estava despreparada.

Antônio Rafael de Carvalho