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Saiba mais sobre a bronquiolite, doença que afeta bebês

A bronquiolite é uma infecção pulmonar que acomete crianças abaixo de dois anos. Saiba mais sobre a doença no site do Grupo Leforte.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 23/11/2021

A bronquiolite é uma infecção pulmonar comum em bebês. Ela afeta os bronquíolos, ramificações dos brônquios que conduzem o ar para dentro dos pulmões. O principal causador da doença é o vírus sincicial respiratório (VSR). Para falar sobre o assunto, o Grupo Leforte convidou a Dra. Aida Maria Martins Sardi, que é médica pediatra e coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital Leforte Morumbi.

BRONQUIOLITE – O que é a bronquiolite?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – a bronquiolite viral aguda é uma patologia inflamatória do trato respiratório inferior que afeta crianças menores de dois anos de idade. A doença causa obstrução das vias aéreas de pequenos calibres, ou seja, é uma infecção viral que acomete a parte dos bronquíolos nos pulmões das crianças. Bronquíolos são as estruturas que dão continuidade aos brônquios e distribuem o ar nos pulmões.

BRONQUIOLITE – Em que idade a bronquiolite é mais comum nas crianças?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – a bronquiolite ocorre nos menores de dois anos de idade.

BRONQUIOLITE – Quais são as possíveis causas da doença?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – a bronquiolite é tipicamente causada por vírus. Entretanto, a proporção de doença causada por cada agente viral varia dependendo da estação e do ano. O vírus causador mais comum, em cerca de 50% a 80% das vezes, é o vírus sincicial respiratório (VSR  tipo A e B, sendo o A mais grave). Outros vírus, como o metapneumovírus, rhinovírus, coronavírus, parainfluenza, influenza, bocavírus e adenovírus são menos comuns, mas também são causadores da doença. A coinfecção (múltiplos patógenos) pode ocorrer em mais de 30% dos casos, principalmente em crianças hospitalizadas.

BRONQUIOLITE – Quais os sinais e sintomas de bronquiolite?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – por ser uma doença causada por vírus respiratórios, se inicia como um quadro de resfriado, com coriza clara, espirros, tosse, febre. Em seguida, ocorre infecção de vias aéreas inferiores (em cerca de 40% dos casos), levando a uma inflamação dessa região e provocando edema e produção de secreção. Isso resulta em sibilos (chiado no peito), tosse mais intensa, dificuldade para respirar e respiração mais rápida.

Alguns casos podem evoluir com sintomas mais graves: sonolência, gemência e cianose (lábios e extremidades arroxeados pela queda na saturação de oxigênio). Os sintomas de bronquiolite começam pela infecção de vias aéreas superiores e progridem para a via aérea inferior em torno do segundo ao sexto dia do quadro, sendo o pico da doença do terceiro ao quinto dia.

BRONQUIOLITE – Como é feito o diagnóstico da bronquiolite, existem exames específicos?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – o diagnóstico é clínico, com a história que se inicia com quadro de resfriado e evolui com sintomas de infecção de vias aéreas inferiores e alteração na ausculta pulmonar, além de desconforto respiratório. Em geral, são solicitados os seguintes exames:

  • Raio-X de tórax – para descartar pneumonia associada (a depender da ausculta pulmonar durante o exame físico);
  • Painel viral – o objetivo é isolar o vírus causador;
  • Exames laboratoriais – podem ser solicitados a depender da clínica do paciente, para afastar infecções bacterianas associadas;
  • Avaliação de gasometria – quando há desconforto respiratório.

BRONQUIOLITE – Como é o tratamento da bronquiolite?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – Não existe tratamento específico para a bronquiolite e, na grande maioria das vezes, evolui de forma benigna em crianças sem fatores de risco. Nesses casos, a base do tratamento é a seguinte:

  • Higiene nasal com soro fisiológico;
  • Inalação com soro fisiológico para fluidificar as secreções;
  • Observar se a criança apresenta desconforto ao respirar;
  • Cuidados com a hidratação;
  • Nutrição adequada, uma vez que o quadro pode levar à redução da ingestão de líquidos e alimentos.

Em casos que evoluem com desconforto respiratório e redução da saturação de oxigênio, é necessário internação hospitalar para administração de oxigênio e terapias específicas, como a fisioterapia respiratória para auxiliar na retirada de secreção. Inalação salina hipertônica também poderá ser indicada em alguns casos.

BRONQUIOLITE – O que pode acontecer no caso de agravamento da doença nas crianças?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – cerca de 40% das crianças infectadas apresentarão sintomas de vias aéreas inferiores. Mas, a maioria não necessitará de internação hospitalar. Pacientes com fatores de risco associados (prematuridade, cardiopatia congênita, imunodeficiência), além de crianças muito novas, como recém-nascidos, podem ter agravamento do quadro, necessitando de auxílio respiratório através de ventilação não invasiva. Só na minoria dos casos há necessidade de intubação e ventilação mecânica invasiva.

Em torno de 15% a 30% das crianças hospitalizadas vão precisar de tratamento com cuidados intensivos. A mortalidade é pequena e é maior nos pacientes com doença de base, como cardiopatia congênita. Estima-se que a mortalidade em países desenvolvidos seja de 2,9 a 5,3 a cada 100 mil crianças, mas é sabido que esse número é maior em países em desenvolvimento.

BRONQUIOLITE – Existem formas de prevenir a doença ou que ajudem a diminuir o risco de a criança desenvolver?

DRA. AIDA MARIA MARTINS SARDI – para isso, recomenda-se:

  • Evitar o contato com adultos e crianças resfriadas;
  • Lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70% antes do contato com as crianças;
  • Evitar aglomerações e locais fechados;
  • Promover o aleitamento materno;
  • Evitar o tabagismo passivo.

Para paciente com fatores de risco (prematuridade, cardiopatia congênita que se enquadram em alguns critérios específicos) existe a indicação de uso de um anticorpo específico contra o vírus sincicial respiratório, que é administrado durante os meses de maior incidência da doença.

A Dra. Aida Maria Martins Sardi é pediatra e intensivista pediátrica. Atua como coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital Leforte Morumbi e como médica diarista na UTI pediátrica do mesmo hospital. Também é plantonista na UTI Pediátrica Hospital AC Camargo Câncer Center e médica pediatra na unidade Morumbi da Clínica ACTMED.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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