O câncer de tireoide é o tumor maligno originário das diferentes células que compõe a tireoide. Geralmente se apresenta como um nódulo, que pode ser percebido pelo paciente ou pelo médico durante o exame físico ou ainda pode ser “encontrado” em exames de imagem de rotina como ultrassonografia ou tomografia.
O câncer de tireoide é o câncer endócrino mais comum. O subtipo mais frequente é o câncer papilífero, que compreende de 80% a 90% dos casos. Apesar de poder acontecer em qualquer idade, até mesmo em crianças, a faixa etária mais prevalente é entre 25 e 65 anos, sendo três vezes mais comum em mulheres do que em homens.
Para que serve a tireoide?
A tireoide é uma glândula em formato de borboleta localizada no pescoço. Tem o papel de produzir hormônios que regulam o metabolismo e o crescimento, além de influenciar várias funções do organismo como frequência cardíaca, pressão sanguínea, temperatura, fertilidade, entre outros.
Quais são as causas e fatores de risco do câncer de tireoide?
Ainda não se conhece a causa dos tumores malignos de tireoide, mas pessoas acima de 40 anos de idade, com histórico familiar de câncer de tireoide e exposição à altas doses de radiação, especialmente na infância, têm um maior risco de desenvolver a doença. É importante lembrar que a exposição ao Raio-X comum e exames de mamografia não são considerados de risco para o desenvolvimento destes tumores.
Quais os sinais e sintomas de câncer de tireoide?
Em estágios iniciais não apresenta sintomas, mas em casos avançados os sinais e sintomas mais comuns são:
- Presença de nódulo na tireoide que pode ser sentido no pescoço;
- Dificuldade para engolir;
- Dor na garganta ou no pescoço;
- Glândulas linfáticas no pescoço inchadas;
- Tosse e alterações na voz.
Importante: Apesar de se apresentar como um nódulo dentro da glândula, a maioria (mais de 90%) dos nódulos são benignos. Menos de 1 em cada 10 nódulos são malignos e o risco de malignidade depende da característica clínica do paciente e das características do nódulo, como aspecto e tamanho, além da presença de sinais de invasão de outras estruturas do pescoço.
Como é feito o diagnóstico do câncer de tireoide?
Para avaliar o risco de um nódulo ser câncer, o exame mais indicado é a ultrassonografia. É através dela que o médico avalia a necessidade de uma investigação mais detalhada, e a principal técnica para avaliação de possível malignidade dos nódulos é a biópsia, realizada com uma agulha fina.
A biópsia é um procedimento simples e seguro, geralmente guiado por ultrassonografia, que extrai células da tireoide para análise em microscópio. A biópsia por agulha fina pode excluir ou confirmar a presença de câncer de tireoide. No caso de um resultado insuficiente ou indeterminado, uma nova biópsia ou até mesmo a cirurgia para a retirada do nódulo pode ser indicada, caso o médico considere que o nódulo é de alta suspeição para malignidade.
Quais são os principais tipos de câncer de tireoide?
Existem quatro tipos principais de câncer de tireoide: carcinoma papilífero e carcinoma folicular, conhecidos como carcinomas diferenciados da tireoide, o carcinoma medular e o anaplásico. Os dois primeiros são mais comuns e os que têm melhor evolução clínica, com taxas de cura de quase 100%. O carcinoma medular e anaplásico são mais raros e exigem tratamentos mais agressivos.
Quais são os tratamentos para câncer de tireoide?
O tratamento do câncer de tireoide depende do tipo e do estágio do tumor no momento do diagnóstico. Tumores pequenos (menores que 1 cm) e restritos à tireoide podem ser acompanhados sem tratamento específico, uma vez que não costumam crescer de forma significativa, nem trazer riscos ao paciente.
Tumores maiores (mais de 1 cm) ou que já estão em fase mais avançada (invasão de outras estruturas do pescoço, disseminação para outros órgãos, conhecida como metástase ou mesmo presença de acometimento de gânglios linfáticos) precisam de cirurgia.
A cirurgia pode ser parcial ou total (retirada de metade da glândula ou retirada da glândula inteira) e, tanto o médico endocrinologista como um cirurgião de cabeça e pescoço, devem analisar qual o melhor método para cada paciente.
Atualmente, a cirurgia robótica tem se tornando grande aliada pois o procedimento pode ser realizado pela cavidade oral com mais precisão, reduzindo o tempo de recuperação e evitando cicatrizes comuns quando a cirurgia é feita por meio de corte no pescoço.
Tumores papilíferos ou foliculares podem se beneficiar de doses de iodo radioativo após a cirurgia, já que são capazes de captar o iodo que irá destruir as células do tumor. Também é importante manter os níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH) controlados, por meio da administração da levotiroxina, por exemplo.
Os tumores medulares ou anaplásicos não captam o iodo e por isso não se beneficiam do tratamento com iodo radioativo, podendo ser necessário quimioterapia ou mesmo radioterapia como tratamento complementar à cirurgia.
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Como prevenir o câncer de tireoide?
Apesar de grande parte dos pacientes com câncer de tireoide não terem fatores de risco conhecidos, sabe-se que:
- A exposição à radiação, especialmente na infância, é um fator de risco conhecido para o câncer de tireoide. Sendo assim, é aconselhável evitar qualquer exposição desnecessária ao Raios-X.
- Fator hereditário: Exames de sangue estão disponíveis para avaliar mutações em genes encontrados no carcinoma de tireoide medular hereditário. É possível prevenir ou tratar precocemente o paciente com histórico familiar de câncer de tireoide, inclusive com a retirada da glândula caso o médico ache necessário.
- Mantenha uma dieta saudável, não fume e evite consumo excessivo de bebidas.
- É importante manter a rotina de consultas e exames com o endocrinologista para acompanhamento e diagnóstico precoce inclusive do câncer de tireoide.
Conteúdo produzido pela endocrinologista, Dra. Maria Fernanda O Almeida, que atende na Clínica e Diagnósticos Leforte Liberdade às segundas-feiras. Informações: (11) 3345-2288.
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